A Diocese de Sobral e a Cáritas Diocesana, juntamente com organizações não-governamentais do município de Santa Quitéria, no Ceará, realizam, no próximo dia 17, uma audiência pública sobre a exploração da jazida de Itataia. O objetivo é esclarecer sobre as potencialidades e implicações sociais e ambientais que essa exploração pode causar. A audiência ocorre às 8 horas, na Escola Julia Catunda de Santa Quitéria.
A Usina de Itataia produzirá fosfato e urânio. O fosfato, com previsão de 240 mil toneladas anuais, será utilizado para fertilizantes, onde o Brasil importa 90% do total consumido. Já o urânio, com produção estimada em 1.600 toneladas anuais, será utilizado pela usina nuclear Angra 3. Itataia concentra a maior jazida de urânio do País. Porém, a decisão sobre quem será responsável pela liberação da licença ambiental, Ibama ou a Superintendência do Meio Ambiente do Ceará (Semace), ainda tramita na 18ª Vara Federal, em Sobral.
No dia 6 de junho, a Cáritas Diocesana de Sobral iniciou uma discussão sobre o assunto com outras entidades quando foi agendada esta audiência com o intuito de buscar mais informações sobre os impactos ambientais causados no município de Santa Quitéria e no seu entorno.
Segundo José Maria, da Cáritas Diocesana de Sobral, é preciso discutir e informar a sociedade sobre quais são os benefícios reais do empreendimento levando em consideração as suas conseqüências para a vida dos cidadãos das cidades próximas à jazida. ”Sabemos que o investimento é alto e que serão criados vários empregos diretos, mas que tipo de emprego é esse?”, questiona José Maria.
Ele lembra a segurança dos trabalhadores e pergunta onde serão guardados os resíduos. Outro empreendimento do mesmo ramo, na Bahia, já registrou acidentes graves. A Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité e Associação Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça e Cidadania divulgaram uma carta de repúdio após o rompimento de uma tubulação ocorrido na unidade mínero-industrial da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que faz parte do consórcio responsável pela Usina de Itataia, no dia 02 de maio. Na ocasião, foram despejados milhares de litros de licor de urânio para o solo, na área de extração e beneficiamento deste minério, no distrito de Maniaçu, no sudoeste da Bahia.
A realização desta audiência antes do início das atividades da Usina tem o intuito de esclarecer dúvidas sobre o empreendimento, prezando pela segurança da população diante dos riscos de acidentes.
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