Violência no campo e trabalho escravo crescem no Brasil

Violência no campo e trabalho escravo crescem no Brasil

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Impunidade + principal motivo, afirma coordenador da CPT


A viol+ncia no campo foi mais forte em 2008 em compara+-o ao ano de 2007. De acordo com o relat?rio Conflitos no Campo Brasil 2008, produzido pela Comiss-o Pastoral da Terra (CPT), a cada 54 conflitos agr+rios ocorridos no Brasil em 2007 uma pessoa morreu. No ano seguinte, o +ndice foi de uma morte para cada 42 epis?dios.

“Os assassinatos que n?s tivemos em 2007 e 2008 foram os mesmos: 28 mortos. Diminuiu o n+mero de fam+lias envolvidas [nos conflitos], diminuiu o n+mero de conflitos e manteve-se o n+mero de assassinatos. Ent-o, a viol+ncia aumentou na sua proporcionalidade, tornou-se mais explicita e mais voraz”, afirma Dirceu Luiz Fumagalli, coordenador da CPT.

De acordo com a publica+-o, mais de 70% dos assassinatos ocorreram em estados da Amaz-nia Legal, com destaque para o Par+, que continua sendo o campe-o em viol+ncia, mortes e despejos. Em, 2007, o estado registrou cinco assassinatos. J+ no ano posterior esse n+mero passou para 13, ou seja, quase o triplo.

No Nordeste, o n+mero de conflitos foi maior que no Norte, por+m, a viol+ncia foi menor. Segundo o levantamento da CPT, a cada 30 mil pessoas envolvidas em conflito no Nordeste em 2008, uma foi assassinada. No Norte, a propor+-o foi de uma morte a cada 6.699 pessoas.


“O Nordeste tem mais mobiliza+-o e mais envolvimento das fam+lias e sempre que tem mais organiza+-o, existe mais conflito, mas menos viol+ncia. + uma leitura enviesada daquilo que a m+dia coloca. A viol+ncia n-o + porque os trabalhadores se mobilizam e sim porque o estado e o capital avan+am”, explica Dirceu Fumagalli.

Para o coordenador da CPT, a impunidade + a principal cauda da viol+ncia no campo, que pode ser exemplificada no caso da Irm- Dorothy, assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, no Par+. “Por uns dois anos, os fazendeiros ficaram meio na moita. Com a absolvi+-o do Bida [Vitalmiro Bastos de Moura, fazendeiro acusado de ser o mandante do crime], novamente os latifundi+rios retomam com muita for+a a viol+ncia”, avalia Fumagalli. 

A publica+-o Conflitos no Campo Brasil 2008 + elaborada pela CPT desde 1985 ,  em parceria com universidades. As principais fontes de informa++es s-o os agentes de base da  Comiss-o e os trabalhadores e as trabalhadoras rurais. As not+cias publicadas pela m+dia e dados de alguns ?rg-os do governo tamb+m servem como fonte para o relat?rio.

“O objetivo [do relat?rio] n-o + simplesmente sistematizar os dados dos conflitos no campo, mas fazer com que esses dados sejam devolvidos para v+rios setores da sociedade, tanto para os trabalhadores,  e  para a Academia, quanto  para os pesquisadores e movimentos sociais do campo, para que, ao tomarem conhecimento desses dados, eles possam tamb+m fazer uma reflex-o sobre a sua atua+-o”, explica Fumagalli.


Ele tamb+m afirmou que os dados s-o interpretados e analisados sob a ?tica de diferentes +reas  do conhecimento,  como a  Sociologia, a  Antropologia, a  Geografia e a  Teologia. “N?s deveremos publicar este ano,  ou no ano que vem,  um atlas dos conflitos no campo desde 1985 at+ 2007”, adianta o coordenador da CPT.


>> Continua+-o


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Confira a entrevista com Dirceu Fumagalli onde ele fala sobre o papel da m+dia na divulga+-o dos conflitos de terra e sobre o que + preciso fazer para reverter o quadro de viol+ncia no campo.

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