“Isso pra nós é fazer da educação uma verdadeira revolução”

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Mesmo se conseguíssemos unir as mais belas palavras ou expressões literárias às imagens captadas de cada sorriso doado, palavra ou olhar de encanto, ainda seria insuficiente para ilustrar o sentimento de pertença que os diversos educadores e educadoras de Belo Campo e Tremedal (BA) expressaram no 3º módulo em Educação Contextualizada, realizado nos dias 8 e 9 deste mês, em Belo Campo.

Foram dois dias de cantos, encantos, trabalhos e discussões sobre a prática da educação contextualizada, que afloraram o amor e dedicação em cada educador e educadora participante. Tocados, eles se perceberam como agentes transformadores/as da realidade.

Um dos momentos emocionantes do 3º módulo desta formação foi a apresentação dos resultados dos diversos planos de aula, construídos em um dos módulos e aplicados nas diversas comunidades escolares envolvidas no projeto.

Resultados que surpreenderam até mesmo quem já está acostumado com o dia a dia em sala de aula. Nessa dinâmica contextualizada, Imbuzeiro – pé de umbu – virou sala de aula, cisterna virou assunto na discussão de ciências e o mandacaru, muitas vezes esquecido e desprezado por ‘não dar sombra nem encosto’, se tornou amigo e companheiro da criançada, e agora é chamado carinhosamente de “Carú” pelas crianças.

Segundo Beatriz, professora na comunidade de Goivaras, ao início de cada dia e final de cada aula, as crianças fazem questão de dar bom dia ou um “xauzinho” pro “Carú”, o amigo mandacaru que está sempre por perto da sala de aula. Para o professor Oscar de Tremedal, a água que gera vida foi transformada em água que educa. “Isso pra nós é fazer da educação uma verdadeira revolução”.

A professora Vera Lúcia, da comunidade Lagoa do Canto, em Belo Campo, testemunha emocionada que não esperava tanto envolvimento das turmas ao usar elementos da própria localidade. “Assuntos que pareciam chatos e cansativos em sala de aula, até mesmo ‘desmotivantes’, se tornaram atrativos e envolventes… Essa experiência de produzir, reproduzir conhecimento e educar, a partir das coisas do nosso próprio chão, trouxe resultados surpreendentes pra educação de nossas crianças aqui em nossa região”.

E assim, esses educadores/as, alunos e comunidades do nosso Semiárido, escrevem e contam sua própria história, como afirma a professora Lau: “Devemos mostrar pras nossas crianças que quem deve contar nossa história são elas mesmas, porque se não, outras pessoas vão contar e contarão do jeito que bem quiserem”.

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