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| Participantes do capacitação que valoriza o conhecimento do homem e mulher do campo | Foto: Arquivo Apaeb |
De 1º a 3 deste mês, foi realizado na comunidade de Deus Dará, no município de Nordestina, o primeiro curso Sistema Simplificado de Água para Produção de Alimentos (Sisma) do Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2). O programa é executado pela Articulação no Semiárido (ASA), com apoio do Banco de Desenvolvimento Nacional Econômico e Social (BNDES), e execução da organização Apaeb Serrinha, neste município.
Além das 26 famílias que participaram do curso, três jovens estagiários da Escola Família Agrícolas do Sertão, de municípios vizinhos, participaram do curso. Debateram assuntos pertinentes aos temas discutidos e contribuíram com o desenvolvimento do curso.
No primeiro momento, o instrutor do curso, Cláudio Silva, relembrou alguns momentos do GAPA, que aconteceram a pouco mais de um mês, e na sequência mostrou para os presentes técnicas de convivência com o Semiárido, como a hidroponia de forragem, diversos tipos de compostagem, entre outros.
Em seguida foi construído, no quintal do agricultor Alberto Carneiro, o canteiro produtivo. Durante a construção do canteiro com a maioria dos materiais reciclados, agricultores e agricultoras conversaram sobre as vantagens deste tipo de canteiro, técnicas de cultivo que economizam água no plantio, os diferentes tipos de adubos orgânicos e como cultivar as diversas espécies. Isso tudo aconteceu como uma grande troca de informações e experiências entre os agricultores e agricultoras presentes.
Para o instrutor do curso, Claudio Silva a escolha de um canteiro econômico irá proporcionar ao agricultor e agricultora uma produção significativa utilizando pouca água. Foi por esta ótica, de economizar água, fazendo um gerenciamento consciente do recurso, que as famílias construíram outro canteiro ao redor da cisterna da Rosa Anália Viana.
Em seguida, plantaram mudas utilizando a técnica da batata-salvação, que não necessita o uso de muita água, além de desenvolverem outra técnica, a da hidroponia que possibilita a multiplicação da germinação de sementes, a curto prazo, e serve de alimento para diferentes tipos de animais. A hidroponia, para alguns presentes, já não era algo novo, pois já aplicavam em suas propriedades.
Era visível a alegria dessas famílias em participar do curso, uma oportunidade de somar aos seus conhecimentos algo novo que, com certeza, eles iriam aplicar nos quintais. “Esse curso tá sendo maravilhoso, não achei que algo conseguisse ser melhor que o outro que a gente teve. A gente está botando em prática muita coisa que aprendemos, e o bom é que tiramos as dúvidas na hora de fazer. Sem contar que, ao redor da minha cisterna, já tenho um canteiro por capilaridade, e a ração para as minhas galinhas, que vai surgir da plantação dessas sementes, (hidroponia)e em poucos dias, tudo produzido durante o curso’’, como comentou Rosa Amália Viana.
Das 26 famílias que receberam as tecnologias a maioria delas optou por criar galinhas. Visando conhecer melhor uma das práticas escolhida, o instrutor levou as famílias para conhecer um aviário de galinhas, que fica na comunidade de Lagoa da Baixa, no município de Cansanção. O aviário é do agricultor Elbi Fernandes, o qual já tem uma experiência de mais de cinco anos na criação dessa ave.
A alegria, a curiosidade, a vontade de conhecer ao fundo cada detalhe dessa criação estava estampada no rosto de cada agricultor e agricultora. Na visita, puderam observar que criar galinhas não é apenas jogar milho no terreiro, vai muito além disso e requer muita dedicação. Movidos pelo interesse, eles fizeram todos os questionamentos possíveis, tiraram dúvidas e muitos saíram de lá com a certeza que realmente é na criação de galinhas que querem investir.
“Eu nunca tinha visto um aviário de galinhas, só na televisão. Tive a certeza que é nisso que quero investir. E tenho certeza que tendo muito zelo e aplicando todas as dicas que Seu Elbi e que os cursos nos passou (sic) irá dar certo. Vou ser uma criadora de galinhas”, reforçou Zilanda.
A comunidade de Deus Dará recebeu 26 tecnologias sociais, das 144 destinadas ao município de Nordestina. Hoje, já foram entregues mais da metade destas cisternas e as demais estão em fase de conclusão. Neste mês de abril, as ações do Programa Uma Terra Duas Águas com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chegam à comunidade de Serrote.
