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Grupo dialogou sobre estratégias de convivência com a região | Foto: Paula Andreas |
Com o objetivo de disseminar as práticas de convivência com o Semiárido e fortalecer a agricultura familiar, 17 agricultores e agricultoras dos municípios piauienses de Pedro II, Milton Brandão e Assunção do Piauí, que fazem parte do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), participaram, nos últimos dias 07 e 08, de um intercâmbio para troca de experiências, em Castelo do Piauí (PI).
Durante os dois dias, os agricultores e agricultoras visitaram a comunidade Manoel dos Santos e conheceram as tecnologias sociais e os quintais produtivos, além da cultura e história de vida das famílias agricultoras da comunidade.
Os agricultores conheceram a história de pessoas como Maria do Desterro. A família da agricultora hoje é exemplo de produção no quintal, a partir da água da cisterna-calçadão, de 52 mil litros, do P1+2. Hoje a família de Maria tira parte da renda familiar da venda de verduras. Antes, a família sofria muito com a falta de água na região, fato que hoje dona Maria conta sem saudades. A família de Dona Miúda, como ela é conhecida, foi quem acolheu os visitantes.
Dona Miúda também comentou a satisfação em receber o grupo e poder compartilhar dos frutos obtidos com o P1+2. “Eu antes visitei outras comunidades também em intercâmbio para aprender muitas coisas, e fico feliz em receber vocês e poder compartilhar essa aprendizagem”, disse dona Miúda.
Durante a noite, os visitantes participaram de uma festa organizada pela comunidade. Eles conheceram a tradicional dança de São Gonçalo, expressão cultural da região, que foi apresentada pelos moradores especialmente para os visitantes.
Dona Vitória Soares, outra moradora da comunidade também apresentou seu quintal para os agricultores e agricultoras visitantes e ensinou alguns defensivos naturais, porque ela fez questão de ressaltar que não usa veneno. “Meu canteiro é sadio, eu não coloco aqueles veneno que vendem no mercado, porque se ele mata a formiga que é viva, pode matar eu também”, exclamou Vitória.
As duas agricultoras foram beneficiadas, cada uma, com a cisterna-calçadão, que tem capacidade para armazenar 52 mil litros de água da chuva. Captada pelo calçadão ao redor da cisterna, a água é utilizada para a produção de alimentos e criação de animais. A Comunidade também foi beneficiada com a construção de um tanque de pedra e com o barreiro-trincheira, uma alternativa para armazenar água das chuvas para os animais.
Os intercâmbios fazem parte das atividades de Formação e Mobilização Social do Programa Uma Terra e Duas Águas, que é executado nesses municípios pelo Centro Regional de Assessoria e Capacitação e desenvolvido pela Articulação Semiárido Brasileiro com patrocínio da Petrobrás e Governo Federal.