Comissões destacam tecnologias sociais como avanço na política de convivência com o Semiárido

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Trabalho em grupo levantou desafios e avanços da caminhada. | Foto: Daiane Almeida/Arquivo Apaeb.

Durante os dias 23 e 24 de abril as Comissões de Recursos Hídricos de 15 municípios dos territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe participaram de encontro de formação em Serrinha (BA), com objetivo de debater e aprofundar o tema convivência com o Semiárido e as políticas públicas de água para produção. A atividade marca o retorno das ações do Programa Uma Terra e Duas Águas e o planejamento de ações conjuntas com o Projeto Mais Água envolvendo as equipes da APAEB Serrinha e do MOC. Os participantes trouxeram na bagagem expectativas para o trabalho, uma vez que o início das chuvas na região renova as esperanças dos agricultores/as que irão receber as tecnologias.

Nos dias em que estiveram reunidas, as comissões realizaram um diagnóstico e levantaram os principais desafios encontrados nos municípios onde estão sendo implementadas as tecnologias. Surgiram demandas em relação ao acesso à água para produção, abrangendo o olhar para a assistência técnica, acesso ao crédito, a gestão de empreendimentos entre outras temáticas. No entanto, a conquista das tecnologias sociais de acesso à água como um direito das famílias foi destaque quanto aos avanços na política de convivência com o Semiárido. Os municípios apontaram nos debates dos grupos como uma potencialidade.

Segundo Gildato Ferreira de Santana, membro da Comissão, representante das associações comunitárias de Retirolândia, as tecnologias sociais têm motivado o homem e a mulher a permanecer no campo. “Muitos agricultores que tem a tecnologia querem permanecer no campo. Eles pensam duas vezes antes de deixar, mesmo com a dificuldade da estiagem ele está resistindo, cuidando do animal. As tecnologias ajudam a ter essa visão que sair do campo para cidade não é vantajoso, então isso traz para a gente uma alegria muito grande. Temos que estar atentos as novas tecnologias principalmente em relação às crianças, as novas gerações que vem aí, que precisam perceber a importância disso para o campo”, afirmou o professor e agricultor Gildato Ferreira.

Maria do Carmo, líder do Movimento de Mulheres de Teofilândia e membro da Comissão, ressalta a importância dos programas da ASA para o município e as transformações na vida das famílias. “No nosso município esse programa é muito importante porque a vida do agricultor está sendo mudada. A gente só tinha pequenas hortinhas, agora temos 22 famílias sobrevivendo com suas hortas através dessas tecnologias. Tem pais que sustentam famílias de oito filhos com alimentação saudável. Através da irrigação melhorou a qualidade”, afirmou Maria do Carmo.

Para ela o momento de formação com as comissões é muito importante, uma vez que eles discutem com as equipes e trocam entre si qual a melhor forma de levar a tecnologia para o município. “A discussão mais importante desse momento é a forma como a gente leva a tecnologia para o município. Na verdade quando chega todo mundo quer, tem uns que tem aptidão para a coisa, e outros não vão deixar atoa. A gente tem conversar com eles, explicar e ver quem mais precisa, por que é muito importante participar dessa formação”, ressalta Maria do Carmo.

Chegada da chuva renova esperanças – A chegada da chuva, mesmo que em pouca quantidade tem motivado os agricultores de diversos municípios do Semiárido baiano. Em Retirolândia muitos já se preparam para o plantio. “Em Retirolândia a chuva ainda é pouca, mas já tá animando os agricultores. Tem gente que já está plantando milho, feijão. O agricultor é esperançoso. Quando forma a chuva ele já está com a enxada na mão preocupado com a plantação, por que muitas famílias vivem da agricultura familiar e realmente elas tem uma esperança muito grande, que vai ter chuva, vai ter colheita”, afirmou Gildato.

Renivaldo Miranda, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Riachão do Jacuípe, chamou a atenção para a importância da cisterna-calçadão nesse período de estiagem. “Agora está começando a chover e o agricultor já está querendo plantar o milho, o feijão, mas não podemos esquecer que aquele que possui a cisterna de 50 mil litros conseguiu passar pela estiagem com menos sofrimento”, enfatizou Renivaldo, que é membro da Comissão de Recursos Hídricos.

 

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