Agricultores mineiros e baianos trocam experiência em intercâmbio

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 Abel mostra plantio na barragem subterranea

Vinte e sete agricultores e agricultoras familiares do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, participaram, entre os dias 5 e 7 de julho do intercâmbio interestadual do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Eles foram até a Bahia conhecer a experiência das famílias de duas comunidades de Riachão do Jacuípe, acompanhados por técnicos da Cáritas Diocesana de Araçuaí, gestora do P1+2 no Vale, e da APAEB, entidade que gere o Programa na Região Sisaleira da Bahia.

A primeira visita foi feita à família de Abel e Jacira, na comunidade Mucambo. Eles vivem em uma propriedade de 20 tarefas, o que equivale a aproximadamente 8 hectares e meio, doada em 1996 pelo pai de Abel. O agricultor é presidente da associação comunitária e desenvolve o projeto “Vida do Solo”, de prática e formação em agroecologia. Jacira é professora na comunidade do projeto CAT – Conhecer, Analisar e Transformar –, sob orientação do MOC, e do Baú de Leitura.

A família tem em sua propriedade várias formas de captação de água da chuva para beber e cozinhar e para a produção de alimentos: cisternas para o consumo humano, cisternas-calçadão, barragem subterrânea, tanque trincheira e barraginha.

O plantio diversificado e agroecológico e a criatividade para inventar formas econômicas de irrigação impressionaram os visitantes. Maria José Lopes da Silva, beneficiada do P1+2 na comunidade Cruzinha, em Araçuaí, gostou muito de tudo o que viu junto à família de Abel e Jacira. “É uma propriedade bem cuidada, e por eles sozinhos. Vim aqui e vou levar o exemplo lá para casa”, afirma. “Quando você pensa em trabalhar agroecológico, pensa em manter toda a estrutura da terra, os animais, vegetação. Se você não se sente parte dessa natureza acaba destruindo tudo”, diz Abel.

A agroecologia na família não se manifesta apenas nos plantios. A contribuição de Jacira e Abel no processo de educação do campo também promove a boa convivência com a terra.

No segundo dia, os mineiros visitaram a família de Eduardo e Isabel Cristina, em Barreiros, um povoado industrial cerâmico, onde o casal chama a atenção por optar pela agricultura. “Fui tachado de louco. Larguei um emprego de 900 reais com carteira assinada na indústria para vir arriscar em 36 tarefas de terra nua e crua, mas o meu desafio era mostrar para a comunidade que a agricultura familiar tem solução”, diz Eduardo.

Para Isabel, o trabalho é gratificante: “Além de conviver com este meio ambiente maravilhoso, todos os alimentos naturais que a gente planta e colhe são importantes para a nossa vida”, diz. Os visitantes gostaram de ver a recuperação da caatinga feita pela família. “A maioria desses terrenos aqui já foram mortos. Então tudo para eles

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