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ASA inicia processo para construção de mais 50 mil cisternas no Semiárido
Desde o início da execução do Programa Cisternas, em 1999, a ASA, em parceria com o Governo Federal, já construiu 810.561 cisternas no semiárido do Nordeste e norte de Minas Gerais.

De 18 a 22 de agosto, em Gravatá (PE), a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) realiza o encontro de planejamento com as novas organizações selecionadas pelo Edital de Chamada Pública nº 02/2025 da AP1MC (Termo de Colaboração nº 973859/2025/MDS) para a execução do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e Cisternas nas Escolas.
Participam do encontro cerca de 300 pessoas, representando 94 organizações da sociedade civil. Juntas, essas unidades assumem a responsabilidade de construir, em 18 meses, 50 mil reservatórios – 46.000 cisternas de 16 mil litros para o consumo humano (primeira água) e 4 mil de 52 mil litros para a produção de alimentos e a dessedentação animal (segunda água), além de 245 cisternas escolares. O contrato também inclui ações de recuperação e ampliação de telhados escolares quando necessário.
O investimento total chega a R$500 milhões.
Ao todo 225 mil pessoas, incluindo membros de comunidades tradicionais e povos originários considerados públicos prioritários do Programa Cisternas, serão diretamente beneficiadas com a possibilidade de estocar, no total, 736 mil m³ para consumo humano e 208 mil m³ para produção agrícola.
Desde o início da execução do Programa Cisternas, em 1999, a ASA, em parceria com o Governo Federal, já construiu 810.561 cisternas no semiárido do Nordeste e norte de Minas Gerais.
Só em 2024, foram entregues 46.421 unidades, e até o momento, em 2025, já são 23.068 cisternas construídas, reforçando o compromisso do atual governo com o acesso à água e a convivência com o Semiárido.
Segundo Rejane Silva, da coordenação executiva da ASA, o encontro vai além de um espaço técnico.
“Esse nosso planejamento, a gente acolhe-o com muita felicidade, com muita alegria, porque ele é o momento também da gente celebrar. A gente celebra mais um contrato com o MDS, mais tecnologia social no Semiárido, mais famílias recebendo as tecnologias, mais famílias melhorando de vida a partir da implantação dessas ações. Além disso, o planejamento é um momento democrático, onde as organizações estão juntas debatendo, pensando sempre na melhoria de como executar essas ações dentro do Semiárido, nas comunidades e nos territórios”, destacou.
Novidades no P1MC e P1+2
A coordenadora destacou que o novo contrato traz avanços importantes. No P1MC, pela primeira vez haverá previsão de reformas em cisternas, como teto, piso e parede; além da garantia da implementação das cisternas escolares. Já no P1+2, cada lote contará com a implantação de casas de sementes, fortalecendo a agricultura familiar. Em cada um dos 29 territórios assistidos serão implantadas 8 casas de sementes.
Programação
Ao longo da semana, os participantes discutem diretrizes técnicas, cronogramas e metas por território, além de ações de mobilização, seleção e capacitação de famílias. Também são tratados os processos de acompanhamento, comunicação e gestão administrativa e financeira, de modo a assegurar a padronização e a qualidade da execução nos estados do Nordeste e em Minas Gerais durante os próximos 20 meses.
A programação inclui momentos de formação política, debates sobre mobilização, cadastramento e capacitação, discussão sobre tecnologias sociais de acesso à água, encontros microrregionais e atividades voltadas ao fortalecimento da comunicação, da rede e da gestão financeira.
O encontro, que segue até o dia 22, também serve como espaço de construção coletiva de acordos e encaminhamentos para que as implementações sejam alcançadas com qualidade, transparência e participação social.
Dentro da programação do encontro, também será celebrado o encerramento do contrato para a construção de 1.400 cisternas-calçadão financiadas pela Fundação Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Sinto-me orgulho por fazer parte dessa história de luta, e de transformação do Semiárido, para um lugar digno, e bom pra se vive, onde a quantidade de vida está em primeiro lugar, onde pudemos provar que o Semiárido não tem nada a ver com o que a grande mídia tentar incutir em nossas mentes.
Maranhão, presente nesse Encontro. Vamos planejar, construir e trabalhar pelo viver de nossa gente do Semiárido Maranhense.