Projeto Florestação é lançado em Itapipoca

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Grupo celebra reflorestamento / Foto: Arquivo Cetra

A rua Vicente Siebra, no bairro Violete, em Itapipoca (Ce), acordou mais colorida na quinta-feira, cinco de dezembro. Quem passava logo ali, no número 2460, conseguia sentir que havia algo diferente. A grande tenda de circo montada já chamava atenção na noite anterior. Crianças que passavam na rua entravam repetidas vezes no Viveiro Regional e perguntavam: vai ter circo amanhã? E os trabalhadores e trabalhadoras do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (CETRA) que entraram pela noite para deixar o espaço mais bonito respondiam: “Circo não… Mas vai ter uma festa muito bonita”.  A festa era o lançamento do projeto Florestação uma realização do CETRA com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental.

A manhã ensolarada de Itapipoca revelou o forte colorido pelo qual o Viveiro Regional, um espaço de experimentação agroecológica onde são cultivadas mudas para o Florestação, foi tomado. O verde natural das plantas ganhou um simbólico adereço: quem entrava no viveiro logo via adornando as árvores dezenas de bambolês trançados por tecidos na cor azul, verde e laranja, elementos que fazem menção a marca do Florestação.  Uma grande tenda de circo foi armada para receber agricultores e agricultoras que integram o projeto, e não haveria símbolo melhor que essa tenda colorida e acolhedora para exemplificar a alegria da agricultura familiar.  O lançamento começou dando exemplo da fartura do modelo familiar e agroecológico: toda a alimentação servida no evento provinha da agricultura familiar. Eram sucos, bolos, tapioca, galinha caipira, mel, água de coco e frutas que chegavam pouco a pouco com as comunidades. 

Na parte interna da tenda a programação teve início com a apresentação do grupo de teatro Garajal que tratou de temas transversais à conservação e uso sustentável do meio ambiente. A programação seguiu com a formação da mesa de abertura que contou com Luis Eduardo Sobral, coordenador do projeto Florestação; Cristina Nascimento, coordenadora executiva da ASA; Cazuza, presidente do CETRA; a assistente social Margarida Pinheiro, do CETRA; Dagmauro Sousa Moreira, prefeito de Itapipoca; Fausto Tomé, presidente da Câmara Municipal do Trairi; os agricultores Raimundo Patrício e Fafá, da Rede de Agricultores(as) Agroecológicos(as) e Solidários(as) dos Vales do Curu e Aracatiaçu; os vereadores de Itapipoca Paulinha Braga e Pequeno; Renan Barroso, Presidente do Instituto do Meio Ambiente de Itapipoca; Tina Freires, secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social de Itapipoca; Maiti Mattoso Fontana, do Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS); Moisés Bráz, presidente da Fetraece; Tobias Neto, secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Apuiarés; Nair Soares, sócia do CETRA e secretária de Administração de Itapipoca; além de Raimundo Lutif, representante da Petrobras. 

O coordenador do Florestação, Luis Eduardo Sobral, destacou durante a apresentação do projeto a importância do diálogo com as famílias agricultoras e, em especial, com as mulheres e jovens. Ressaltou também a construção do conhecimento coletivo ao referir-se aos sessenta multiplicadores em agroecologia que atuam no projeto.  Já Raimundo Lutif, representante da Petrobras, celebrou o Florestação por ser um projeto genuíno, nascido da experiência do CETRA com os agricultores e agricultoras da região. “O projeto nasce da comunidade, não é fabricado. O caminho é este: reflorestar a partir da agricultura familiar agroecológica. O caminho é longo, mas é possível”, afirmou Lutif. A agricultora, Fafá, da Rede de Agricultores(as) Agroecológicos(as) e Solidários(as) dos Vales do Curu e Aracatiauçu, falou da importância do projeto para fortalecer os agricultores e agricultoras da Rede e ampliar sua capacidade de atuação.

Após a mesa de abertura houve ainda uma breve apresentação, feita pelo consultor do projeto Oscar Dalva, do estudo de linha de base que está sendo construído pela equipe do Florestação. Num clima de muita animação o lançamento teve seu encerramento marcado pela apresentação da juventude rural dos grupos Balanço do Coqueiro e Canto do Sabiá, e ainda, pela dança do Torém puxada pelos índios Tremembé da comunidade indígena de São José e Buriti.

Nessa manhã festiva o CETRA mostrou a que veio o Florestação: trabalhar e lutar por uma agricultura familiar e agroecológica que tenha bases sólidas na experiência da comunidade.

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