Depois da tentativa da Polícia Militar de impedir, na manhã do dia 02, que uma marcha com mais de 500 mulheres e homens da Via Campesina e de movimentos urbanos chegassem ao Palácio do Governo Estadual, o governador Cid Gomes convocou o Secretário das Cidades, Camilo Santana, e o Secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, para receber uma comissão representando os manifestantes. A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres da Via Campesina.
Enquanto a comissão estava reunida, em negociação, com os representantes do governo, as trabalhadoras/es permaneceram acampadas/os diante do Palácio Iracema, cantando e preparando-se para montar barracos, caso o governo não atendesse a pauta de reivindicações. Segundo a coordenação do MST, moradias populares estão sendo reivindicadas das autoridades públicas, pois sabe-se que Fortaleza sofre por um déficit habitacional alarmante e, mesmo assim, a capital cearense está entre as piores capitais na implantação do Programa “Minha Casa Minha Vida”. O movimento cobra também a aplicabilidade da lei Maria da Penha, com mais estruturas de serviço, e proteção às mulheres vítimas de violências.
Via Campesina promove atividades também no Interior do CE
Em Santa Quitéria, região Norte do Estado, 200 mulheres da Via Campesina participaram de um encontro para debater os impactos que a exploração da Mina de Itataia trará para a região. De acordo com a integrante da Coordenação Estadual do Movimento Sem Terra, Maria de Jesus, nos próximos dias também irá acontecer uma marcha para “chamar a atenção da sociedade para os perigos que o urânio representa para a humanidade”. Maria de Jesus afirma ainda que as mulheres sairão às ruas para combater o agronegócio, encampando palavras de ordem em defesa da Reforma Agrária e conta o uso do urânio. Hoje (3), o encontro teve início com palestra da professora e pesquisadora da Universidade Federal do Ceará, Rachel Rigotto, que versou sobre os malefícios que a extração de urânio pode trazer para Santa Quitéria e adjacências.
