Por Viviane Brochardt - ASACom
A Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) recebeu nesta segunda-feira (13), no Palácio do Planalto, em Brasília, o Prêmio Direitos Humanos, na categoria Enfrentamento à Pobreza. A condecoração é concedida há 16 anos pela Presidência da República a pessoas e entidades que têm destacada atuação na defesa, na promoção e na reparação dos Direitos Humanos no Brasil.
Para entregar o prêmio à ASA, representada por seu coordenador José Aldo dos Santos, foi convidada a ministra Márcia Lopes, do MDS, ministério com o qual a Articulação mantém uma parceria desde 2003 para o desenvolvimento do Programa Um Milhão de Cisternas e, a partir de 2008, para a execução do Programa Uma terra e Duas Águas. “Ficamos muito felizes em receber esse prêmio, é o coroamento de um trabalho que a ASA, as organizações que fazem parte dessa rede e as famílias agricultoras do Semiárido, vêm fazendo há muitos anos na nossa região”, explica Aldo.
Ao cumprimentar o presidente da República, Aldo ouviu de Lula um agradecimento pelo trabalho que a ASA faz no Semiárido. “É gratificante e emocionante ouvir do presidente da República um ‘muito obrigado’ pelo trabalho que fazemos. Isso dá a dimensão que sem a sociedade civil organizada as ações do governo, seus programas e recursos investidos, não teriam alcançado o resultado que hoje apresentamos”, comemora o coordenador da ASA.
Mas, ele destaca que ainda é preciso avançar mais. “Para enfrentar a pobreza é necessário compromisso político, de governos e da sociedade. Estamos no caminho certo, mas é importante garantir no próximo governo de Dilma a continuidade das ações da ASA. Temos ainda um enorme desafio pela frente. Se hoje podemos comemorar que mais de 2 milhões de pessoas já têm suas cisternas, com água para beber, não podemos esquecer que ainda sofrem com a escassez de água 3,5 milhões de pessoas na zona rural do Semiárido”, alerta.
Ao longo das suas 16 edições, o Prêmio Direitos Humanos homenageou 252 pessoas ou instituições. Este ano, os vencedores das 18 categorias receberam uma estatueta do artista plástico Elifas Andreato. A escultura foi batizada de Maternidade, pois, segundo Andreato, “são as mães pobres as cuidadoras dos Direitos Humanos e, mesmo nas dificuldades, alimentam seus filhos de esperança”.
Além do presidente Lula, de Paulo Vannuchi, ministro de Direitos Humanos, e da sua sucessora, a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS), convidada por Dilma Rousseff para assumir a pasta no próximo governo, estavam presentes à cerimônia vários ministros do governo Lula, como Orlando Silva, do Esporte; Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência; Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social; Márcia Lopes, do Desenvolvimento Social, entre outros.
Ao final da cerimônia, o presidente Lula afirmou que, após seu mandato, continuará fazendo política. “Não ficarei em casa em uma redoma de vidro. Nos encontraremos na rua, em algum protesto, mas não em um protesto contra Dilma”, brincou.
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