Compreender os saberes desenvolvidos nas práticas de trabalho de um grupo de mulheres é reconhecer a diversidade e também o que as une. “Quando você faz parte de um grupo, a cada dia, cada experiência é um aprendizado. Às vezes você já conhece um assunto, mas quando você vai para o debate com o grupo, você vai adquirindo mais experiência”, conta Altêmia Renata Gomes, agricultora e professora, da Comunidade de São José de Pilotos, no município de Santa Cruz da Baixa Verde, Sertão do Pajeú.
Foi em um dos encontros promovidos pelo Projeto Mulheres na Caatinga, executado pela Casa da Mulher do Nordeste e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que a agricultora Altêmia Renata conversou pela primeira vez sobre violência contra a mulher em grupo. “A gente pode discutir alguns casos aqui de algumas mulheres que são espancadas e se veem obrigadas a estarem com os esposos porque dependem deles. Muitas vezes elas são obrigadas a apanharem, viver com brigas diariamente, a serem agredidas verbalmente, e elas não têm conhecimento do que está acontecendo na vida delas. Se ela não participa de um grupo de apoio e é espancada, ela não vai ter força para lutar, ela vai achar que é obrigada a passar por aquilo.”, disse.
Além da oficina sobre violência contra a mulher, outros temas de interesse das agricultoras foram trazidos, como agroecologia, gênero e a caatinga. As mulheres tiveram a oportunidade de trocar saberes, expor suas angústias e fortalecer o seu trabalho com a agricultura familiar. Mulheres na Caatinga é um projeto que visa desenvolver processos de formação em educação ambiental e feminista. Além de promover o manejo sustentável da caatinga através do reflorestamento de essências nativas.


