Lançamento do Projeto Mapear marca primeiro encontro das redes do Programa Ecoforte

Iniciativa inovadora de controle social de política pública será executada pela AP1MC

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Kleber Nunes | ASACom

Representantes de 41 redes territoriais de agroecologia do país, além de membros do governo federal e outros parceiros, participaram nesta terça (14) e quarta (15) do lançamento do “Projeto Mapear – Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas a partir do Programa Ecoforte: aprendendo com as redes de agroecologia no Brasil”. O evento aconteceu no campus da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), em Juazeiro, às vésperas do 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA).

A nova iniciativa de monitoramento promete elevar o controle social a outro patamar, aumentando a participação da sociedade civil no acompanhamento ativo de uma política pública, consequentemente, garantindo que as ações e os investimentos sejam mais eficientes. Nessa perspectiva, o Projeto Mapear será executado pela Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC) – personalidade jurídica da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) – com apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Metodologia

Com base nos princípios da pesquisa-ação, o Projeto Mapear envolverá as famílias agricultoras contempladas pelo Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica (Ecoforte) considerando enfoques multidisciplinar e territorial. Essa abordagem, portanto, busca analisar desde os processos das redes até a dinâmica do agroecossistema familiar. O objetivo também é avaliar as transformações em sistemas alimentares territorializados e compreender as trajetórias de transição agroecológica.

De acordo com o plano de trabalho, até 2028, o Projeto Mapear irá trabalhar com a mobilização das redes a partir da realização de oficinas; sistematização e análise dos dados extraídos das experiências e dos territórios; e com a realização de intercâmbios e seminários.

“A ASA é uma rede com mais ou menos 3 mil organizações que entende que a centralidade está no território e há pelo menos 25 anos trabalha com o monitoramento de políticas públicas. Estamos felizes porque temos certeza que vamos fazer uma coisa muito potente para mudar a vida do povo desse país”, afirmou o coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas da ASA, Antônio Barbosa.

Ao todo, 41 redes territoriais de agroecologia estão habilitadas para o Programa Ecoforte | Foto: Kleber Nunes/ASA

Programa Ecoforte

Com o investimento recorde de R$ 100 milhões, o Programa Ecoforte é mais uma conquista da retomada das políticas sociais que veio com a eleição do presidente Lula em 2022. A iniciativa criada em 2013, no escopo da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), chega a sua terceira edição financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação Banco do Brasil.

Considerado o principal instrumento do governo federal para o apoio à agroecologia e à transição dos sistemas alimentares para sistemas mais saudáveis e sustentáveis, o Ecoforte garante o aprimoramento de arranjos produtivos da sociobiodiversidade, amplia a geração de renda dos agricultores e contribui para a conservação do meio ambiente. O programa, portanto, pretende ampliar a escala de produção, oferta e o consumo de alimentos saudáveis no país.

“Saímos do Mapa da Fome outra vez e precisamos fazer um esforço para avançar ainda mais e o Ecoforte é um instrumento importante para isso”, destacou o presidente da AP1MC, Cícero Félix.

O encontro de lançamento do Projeto Mapear, em Juazeiro, também marcou a primeira atividade desta nova edição do Programa Ecoforte reunindo os representantes das 41 redes habilitadas no último edital. A expectativa é de que os contratos sejam assinados em breve e as ações comecem a ser executadas nos territórios no início de 2026.

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