Seminário virtual sobre Sistema Nacional de Sementes e Mudas reunirá agricultores e assessores técnicos

Iniciativa faz parte do Projeto Redeser, uma parceria da ASA com o MMA e apoio da FAO

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Kleber Nunes | ASACom

Com o objetivo de fortalecer as ações de combate à desertificação na Caatinga, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) realiza terça-feira (15) o seminário sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas (SNSM). O evento virtual reunirá técnicos(as), agricultores(as), pesquisadores(as) e representantes do governo federal com transmissão ao vivo pelo canal da ASA no YouTube a partir das 9h.

O webinar faz parte do Projeto “Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil: Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade” (Redeser). A iniciativa é do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e está sendo executada pela ASA, por meio do Programa Sementes do Semiárido, com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). 

O Projeto Redeser abre, com essa conferência online, o cronograma de formações sobre o SNSM, que prevê a realização de cinco oficinas nos territórios prioritários. A expectativa é que mais 50 assessores técnicos e agricultores familiares, sobretudo jovens e mulheres, sejam capacitados e tenham suas atividades de coletores de sementes e produtores de mudas regularizadas.

“O Redeser busca qualificar essa ação de preservação das sementes com adequação às normas do Ministério da Agricultura e Pecuária. A ideia é incentivar as famílias a produzir e comercializar mudas nativas para reflorestamento. Isso casa com a lógica da ASA, que é garantir que a família tenha autonomia na produção, melhorando a renda e o meio ambiente evitando ou revertendo o processo de desertificação”, explica o assessor de coordenação do Programa Sementes do Semiárido, Cláudio Ribeiro.

Programação

O webinar sobre o SNSM começa às 9h com uma exposição do Redeser, seguida de uma roda de diálogo sobre os marcos legais, as vantagens e os desafios do sistema para as organizações da sociedade civil. Serão apresentados a experiência da Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (Refaisa) e o trabalho da Rede Sementes da Paraíba.

No segundo momento, os participantes vão aprofundar o debate acerca do SNSM com enfoque técnico no funcionamento, nos conceitos e objetivos do sistema. Essa etapa do seminário contará com a contribuição de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Nosso objetivo é a formação sobre o cadastramento no Sistema Nacional de Sementes e Mudas para aprimorar o conhecimento de técnicos e agricultores para que atuem em conformidade com as normas legais”, diz Cláudio.

Após as exposições e o debate sobre o SNSM, o webinar será concluído com a apresentação do processo de diagnóstico de mil casas e bancos comunitários de sementes do Semiárido. O levantamento inédito faz parte do Redeser e está em fase de conclusão das análises quantitativa e qualitativa dos espaços. Os dados do estudo serão publicados até maio.

Sobre o Redeser

O Redeser é uma iniciativa da FAO que foi retomada em setembro de 2023 depois de quatro anos paralisado pelo governo Bolsonaro. Ao todo, o projeto destina R$ 19 milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) para mitigar a desertificação no Semiárido com práticas agroflorestais sustentáveis e de conservação da biodiversidade.

As ações são executadas por organizações sociais que atuam em 14 municípios nos territórios do Araripe (Ceará), Xingó (Alagoas), Sertão do São Francisco (Bahia) e Seridó (Paraíba e Rio Grande do Norte). O Redeser também conta com a cooperação de prefeituras e governos estaduais.

De acordo com o MMA, o foco é a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAF) e práticas de Gestão Integrada dos Recursos Naturais (GIRN) — iniciativas que têm potencial de promover a agroecologia e a convivência com o Semiárido.

A expectativa é que, a partir dessa etapa do Projeto Redeser, mais de 13 mil hectares sejam geridos de forma sustentável e cerca de 200 famílias sejam beneficiadas. Outro impacto esperado é a ampliação da oferta de alimentos saudáveis por meio do mercado local.

 

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