Confira a Carta do Encontro Estadual de Comunicação do FCVSA

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Comunicação para Mobilização Social e Convivência com o Semiárido
O Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido – FCVSA, reunido nos dias 27, 28 e 29 de novembro na cidade de Iguatu para o Encontro Estadual de Comunicação dialogando sobre o tema “Comunicação para Mobilização Social e Convivência com o Semiárido”, reforça a importância da comunicação na trajetória de mobilização e processo de autonomia dos povos do Semiárido cearense. O FCVSA e a Articulação Semiárido Brasileiro – ASA atentos à necessidade de inserir a comunicação popular como elemento estratégico na lógica da Convivência com o Semiárido, visibilizam a riqueza cultural, materializam as imagens dos povos do Semiárido inspirado nos processos do programa de Mobilização Social para Convivência com o Semiárido: P1MC e P1+2.

A comunicação popular sempre marcou a trajetória da ASA, no Encontro Nacional de Comunicação da ASA, em setembro desse ano, fortaleceu a pauta da democratização como uma bandeira latente e fundamental para o exercício da democracia, pois a grande mídia brasileira atua reforçando estereótipos preconceituosos, criminalizando os movimentos sociais e manipulando a política a serviço de interesses próprios. É preciso dar um basta e avançar na luta contra a concentração dos meios de comunicação nas mãos de grupos restritos.

Nosso encontro contou com a participação de vários sujeitos que atuam na órbita da comunicação popular em nosso estado, alguns profissionais, outros, apaixonados, que enxergam na luta pela democratização da comunicação uma importante ferramenta para a construção de um mundo justo e plural. Para isso, é fundamental que encaremos a rede de comunicadoras/es populares do FCVSA como uma articulação fortalecida que possa construir, de forma sistemática, com as lutas similares, uma ferramenta contra hegemônica, que sensibilize mais atoras/es para as tensões que acontecem em nossos territórios como a questão da reforma agrária, demarcação de terras indígenas e quilombolas, violência contra mulher, combate ao racismo e homofobia e fortalecimento da juventude camponesa.

Essas pautas são imprescindíveis a nossa luta pela convivência com o Semiárido.

Temos vários desafios, sobretudo, após o saldo adverso das eleições de 2014 no âmbito legislativo.

Tivemos um crescimento das bancadas conservadoras, aumento do número de ruralistas, ódio de classe aflorado nas ruas, tudo sob a bênção (e tutela) da mídia brasileira que mostrou sua essência neoliberal e golpista atuando de forma criminosa durante o processo eleitoral. Para opor-se a essa investida é preciso que estejamos atentos e fortes e para isso, nós, comunicadores do FCVSA apontamos algumas questões norteadoras:

• Fortalecer as redes de comunicadoras/es dos estados com mais encontros de formação política visando fortalecimento do pensamento crítico da/o comunicadora/or popular;

• Atuar de forma articulada dando maior visibilidade às demandas dos diversos sujeitos (mulheres, juventude, população LGBTTI, indígenas e quilombolas, negras e negros) e suas lutas na convivência com o Semiárido;

• Aproximar nosso discurso da prática no que se refere à comunicação democrática, assegurando que as instituições garantam os princípios sugeridos dentro dessa carta;

• Abrir novas possibilidades de desenvolvimento de projetos de comunicação que dialoguem com os grupos com os quais o Fórum atua, na perspectiva da sustentabilidade da rede de comunicadoras/es;

• Integrar mais atores de grupos e expressões artístico-culturais nos processos de comunicação da rede de comunicadoras/es;

Iguatu, novembro, 2014

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