A coordenação executiva da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), rede formada por mais de três mil organizações da sociedade civil que atuam na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência com a região semiárida brasileira, estará nos dias 11 e 12 de novembro realizando uma visita ao município de Apodi, para conhecer as experiências e a resistência do povo camponês na agricultura familiar e resistência ao projeto que expulsará várias famílias camponesas de suas terras onde vivem e produzem com princípios agroecológicos.
A missão da organização é fortalecer a sociedade civil na construção de processos participativos para o desenvolvimento sustentável e a convivência com o Semiárido, referenciados em valores culturais e de justiça social. Assim, essa articulação não poderia estar de fora dessa questão que tem levantado discussões fervorosas por todo o Brasil, “O perímetro Irrigado da Chapada do Apodi” que vem em contradição a tudo que a ASA tem construído coletivamente por todo o Semiárido, mostrando que é possível conviver com a região de forma sustentável e agroecológica.
Na programação está a visita à Barragem de Santa Cruz e, às experiências produtivas da agricultura familiar no Assentamento Moacir Lucena e no Assentamento Milagres, onde conhecerão o primeiro Assentamento Rural no Brasil totalmente saneado, que usa a água das casas e das fossas, depois de tratada para irrigar vários tipos de plantio: mamão, milho, pimenta, forrageiras para os animais. Essas visitas serão realizadas na manhã desta terça-feira (12).
Na tarde da terça-feira, a coordenação executiva da ASA estará reunida com os representantes dos movimentos e organizações ligadas à agricultura familiar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi, onde será realizado um debate referente ao Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi e suas complicações para a produção agroecológica.
Após a reunião, no final da tarde, será realizado uma visita ao Acampamento Edvan Pinto, que fica na região onde está sendo instalado o Perímetro Irrigado. O assentamento comporta hoje mais de mil famílias que resistem e lutam pelo direito à terra. O objetivo dessa visita é conhecer a realidade da resistência das famílias e as condições da obra, que segue a todo vapor.