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Preparação discutiu a situação política do país | Foto: Paula Andreas |
Na manhã da ultima sexta-feira, dia 06 de setembro, foi realizado, em Teresina, o 19º Grito dos Excluídos, com a participação de mais de três mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de várias regiões do Piauí. Neste ano, o Grito dos Excluídos traz como temática a reflexão sobre a situação da juventude no país, vítima de um sistema gerador de exclusão, discriminação, violência e extermínio.
A manifestação foi iniciada por volta das 8h, com saída do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Piauí (INCRA/PI) e seguiu pela sede dos três poderes (judiciário, legislativo e executivo) locais. A primeira parada foi na Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), o roteiro seguiu ainda até a Prefeitura Municipal de Teresina e foi concluídos em frente ao Palácio do Karnak.
A preparação para a Caminhada dos Excluídos aconteceu na quinta-feira (05), a partir dos debates sobre a atual conjuntura política do país, com o tema “O Estado que temos e o Estado que queremos”. O seminário descentralizado promoveu discussões sobre a atuação e o papel do Estado e dos governos. Após os debates e mesas redondas do primeiro dia de programação, foi construída a Carta do Povo do Piauí, que foi entregue aos órgãos e gestores públicos durante a caminhada. A perspectiva, com o documento, é a construção do Projeto Popular de Sociedade.
No dia 06 de setembro, aconteceu durante a manhã a Caminhada em Defesa da Vida, dos Povos, das Terras e das Águas do Piauí, quando os/as manifestantes foram às ruas denunciar os descasos dos governos em relação às políticas públicas sociais.
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Mobilização passou por sedes do poder judiciário, legislativo e executivo | Foto: Paula Andreas |
O grupo de manifestantes é constituído pela igreja e movimentos sociais, tais como Cerac, Caritas, Celta, Obra Kolping, Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, entre outros. A mobilização pediu prioridade em projetos de reforma agrária e melhorias nos assentamentos. Agricultores de Picos, São Raimundo Nonato, Campo Maior, Bom Jesus, Pedro II e outras cidades também participaram do movimento.
Os manifestantes seguem acampados na sede do Incra/PI, em Teresina desde o último dia 05 setembro. No Piauí, somente o MST, coordena 76 assentamentos, com mais de 500 famílias em todas as regiões do estado.
COMO COMEÇOU O MANIFESTO
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Várias cidades brasileiras realizam edições do Grito dos Excluídos | Foto: Paula Andreas |
O Grito das pessoas excluídas teve início no ano de 1995, como continuidade ao tema da Campanha da Fraternidade, que naquele ano refletiu a exclusão social no Brasil. É uma iniciativa das Pastorais Sociais Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com numerosas entidades, movimentos, associações e organizações de base.
O Grito é realizado sempre na Semana da Pátria, pois revela uma nova concepção de patriotismo, que vai se impondo a cada ano que passa. Ao lado de uma atitude passiva que se limita a assistir de camarote o desfile de soldados, armas e escolas, cresce a noção de participação ativa, não só enquanto questionamento diante dos rumos do país, mas, também, como atuação propositiva em vista de uma sociedade justa, solidária e fraterna.
O Grito dos Excluídos promove, nas ruas, praças e campos, o desfile dos excluídos. Pessoas que se sentem cada vez mais à margem dos destinos da nação, seja do ponto de vista econômico e político, seja do ponto de vista sociocultural.