Sementes da Paixão e da Resistência germinam esperança para os agricultores e agricultoras

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Participantes debateram as políticas públicas voltadas para as sementes crioulas | Foto: Gleiceani Nogueira

Um grupo de agricultores e agricultoras presentes no II Encontro Nacional de Sementes participou na manhã desta quinta-feira (7) da oficina A Influência das políticas públicas para a valorização das sementes crioulas, que apresentou a experiência desenvolvida nos estados da Paraíba e Alagoas.

Na Paraíba está sendo desenvolvida uma pesquisa participativa para avaliação e seleção de variedades tradicionais de milho junto às famílias agricultoras. “Desde 1995, a Articulação no Semiárido Paraibano (ASA PB) vem apoiando a experiência dos bancos comunitários de sementes (BCS)”, disse Emanoel Dias, da ASPTA.

Os BSC são mecanismos através do qual a família toma emprestada uma quantidade de sementes e se compromete a pagar, no momento da colheita, a mesma quantidade acrescida de uma porcentagem, segundo regras definidas na própria comunidade.

“Atualmente, somos uma rede com cerca de 230 bancos comunitários de sementes, mobilizando aproximadamente 6.500 famílias em 61 municípios do estado”, informam Emanoel e Luciana, que acreditam que a gente só se apaixona pelo que gosta, não foi diferente com as Sementes da Paixão.
Motivados pela dependência das sementes do governo, a falta de semente na hora do plantio, risco da perda das sementes crioulas e a preocupação com a segurança alimentar surgiu a experiência das Sementes da Resistência de Alagoas, que funciona com bancos comunitários e familiares de sementes e que tem como alguns grandes avanços a aprovação da Lei 6.903, o Edital de Credenciamento e compra de sementes pela Conab. “A ideia não é só receber a semente, mas receber e montar o banco”, afirma Mardônio Alves, coordenador da ASA Alagoas.

Diante dos relatos das experiências, os agricultores e as agricultoras sentiram-se bastante a vontade no debate que resultou numa grande roda de conversa e relatos de mais experiências. “Na minha região é assim: reunimos as sementes que tínhamos e levamos para a associação e, hoje em dia, não pegamos mais sementes do governo, trabalhamos só com a nossa semente crioula, através da troca”, diz dona  Severina, do município de Flores, em Pernambuco.

“Um desafio da ASA é conscientizar as famílias sobre o valor dessa semente que foi passada pelo pai, avó, é desafio valorizar esse resgate e deixar a semente do governo”, complementa Seu Manoel de Polvo, do Piauí.

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