A nossa ação critica a lógica de combate à seca e propõe alternativas baseadas na sabedoria milenar da mulher e do homem do campo

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Agricultoras e agricultores, geraizeiros e geraizeiras, vazanteiros e vazanteiras, remanescentes quilombolas, indígenas, catingueiros e catingueiras e agentes de entidades do Vale do Jequitinhonha estão entre as lideranças que construíram uma nova história no Semiárido de Minas Gerais, por meio da Articulação no Semiárido Mineiro (ASA Minas). 
  

Há 10 anos essa união de esforços tem representado vidas e vozes dos povos dessa região. Quem resgata um pouco dessa história é a integrante da coordenação da ASA Minas, Marilene Souza, conhecida como Leninha. Veja a entrevista transcrita que ela concedeu ao programa A Voz do Semiárido, veiculado na Rádio Vida FM 107,9. A iniciativa faz parte do projeto Memórias de Um Novo Semiárido – A história da ASA contada por quem a construiu, coordenada pela Diaconia.

Diaconia – Quais as dificuldades enfrentadas pela população do Semiárido mineiro antes da ASA?

Leninha – Mesmo o estado de Minas Gerais não estando localizado na região Nordeste, no passado, nós víamos as mesmas políticas de combate à seca. Muitas ações paliativas e isoladas, que não impactavam na melhoria da condição de vida das famílias de forma integral. No início das nossas lutas por dignidade na região, nós defendemos a bandeira pela denominação do Semiárido brasileiro e não o Semiárido nordestino como se chamava anteriormente. Defendemos a adoção desse termo em virtude de acreditarmos que o Semiárido tem características comuns independente das regiões geográficas.

Diaconia – Como teve início a luta contra a miséria no Semiárido desse estado?

Leninha – Nós percebemos que muitos/as agricultores/as realizavam experiências de convivência com o Semiárido e que muitas organizações realizavam várias ações que se contrapunham a política assistencialista de combate à seca, porém, tudo isso acontecia de forma isolada. Foi a partir do que já vinha sendo feito, especialmente pelo/as agricultores/as, que acreditamos na possibilidade de articular todas essas iniciativas, numa ação conjunta em prol do Semiárido. Vale lembrar que a nossa ação critica a lógica de combate à seca e propõe alternativas baseadas na sabedoria milenar da mulher e do homem do campo.

Diaconia – O que mudou em relação à atuação das organizações de Minas Gerais
a partir da ação articulada junto à ASA Brasil?

Leninha – As ações se convergiram para um posicionamento político claro quanto ao desenvolvimento sustentável do Semiárido. Outra questão é que a nossa rede consegue superar o desafio da distância geográfica entre as microrregiões do Semiárido, reunindo o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha. Essa união é uma grande conquista para nós. Através dessa a&

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