No Dia Internacional da Mulher, as mulheres de Minas Gerais vão às ruas para denunciar as desigualdades e lutar por uma sociedade mais justa e sem opressões. Organizadas na Marcha Mundial das Mulheres, juntamente com as mulheres da Via Campesina, do movimento negro, sindical, estudantil, artistas, trabalhadoras e muitas outras, elas estarão na Praça da Estação, no dia 07 de março, para uma marcha que percorrerá o centro de Belo Horizonte, reivindicando uma sociedade na qual a mulher tenha autonomia, respeito e dignidade.
Com o tema “Mulheres em luta por Igualdade, Autonomia e Soberania Popular e contra as Reformas que retiram direitos”, a caminhada sairá da Praça da Estação em direção à Praça da Liberdade com paradas e intervenções em alguns pontos do percurso. Serão mais de 1.000 mulheres de todo o estado denunciando a opressão sofrida cotidianamente.
Dia Internacional da Mulher
Atualmente, o dia 08 de Março se tornou uma data festiva, celebrada com flores e bombons. Para as mulheres trabalhadoras, urbanas, camponesas, artistas, militantes dos movimentos sociais, esta data deve relembrar sua origem, marcada por fortes movimentos de reivindicação política e trabalhista, como greves e passeatas.
Reivindicações:
1- A VIOLENCIA CONTRA A MULHER NÃO É O MUNDO QUE A GENTE QUER!
A violência sexista se estende a todos os espaços e relações onde as mulheres estão, no trabalho, através do assédio sexual, nos espaços públicos e privados. Segundo o Ministério da Saúde, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil e em mais de 50% dos casos o agressor é o marido ou o companheiro. Nos últimos anos, houve um aumento brutal da indústria da prostituição, do tráfico de mulheres e a legitimação do turismo sexual como atividade econômica.
2- TRABALHO INVISÍVEL!
O trabalho realizado pela mulher é historicamente desvalorizado em relação ao dos homens. Segundo a OIT, as mulheres são responsáveis por 2/3 do total de horas trabalhadas no mundo e recebem, em média, 75% do salário dos homens. No Brasil, o salário das mulheres é ainda mais desvalorizado. As mulheres negras sofrem discriminação ainda maior, seus salários correspondem a cerca de metade do salário das mulheres brancas. O trabalho que as mulheres realizam dentro de casa, também chamado de trabalho doméstico ou reprodutivo, é um trabalho invisível, muitas vezes nem considerado como trabalho. Ainda segundo a OIT, as mulheres que trabalham fora ainda têm 26 a 30 horas semanais de trabalho doméstico.
3- As Mulheres Dizem NÃO às TRANSNACIONAIS!
As mulheres estão na maioria dos postos de trabalho flexibilizado, precarizado, com grandes jornadas de trabalho e baixos salários oferecidos pelas transnacionais. Mas esse não é o único impacto que elas têm sobre suas vidas. Saúde, educação, água, energia, que são direitos fundamentais, se tornam, através de processos de privatização, mercadoria. As transnacionais também atuam na chamada indústria da beleza, impondo um padrão de beleza, o consumo de cosméticos, medicamentos, procedimentos cirúrgicos ou outras formas de intervenção para garantir tal padrão. Segundo pesquisa do Datafolha as mulheres gastam 20% dos seus salários com cosméticos, com o Brasil ocupando o segundo lugar em número de cir