Por Simone Benevides - Patac
Na última terça-feira (11), as famílias agricultoras do Coletivo Regional das Organizações da Agricultura Familiar se reuniram em Soledade ( PB) para dialogar com candidatos e candidatas e representantes de candidaturas comprometidas com as questões relacionadas a agricultura familiar.
Mais de 120 lideranças do povo, homens, mulheres, jovens e adultos representantes de 12 municípios do Cariri, Seridó e Curimataú ouviram, comentaram e sabatinaram as candidaturas postulantes as vagas de senador, deputado federal e deputado estadual.
No primeiro momento da atividade, os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre o posicionamento da Câmara dos Deputados nas votações da Reforma Trabalhista, Reforma da Previdência e do impeachment da presidenta Dilma Rousseff que desencadearam na perda das políticas públicas e dos direitos do povo. Foram apresentados os parlamentares que votaram a favor dessas reformas e que estão novamente disputando uma vaga no processo eleitoral deste ano.
Junto a essa reflexão também veio uma breve análise da conjuntura política e eleitoral do país. A coordenação do Coletivo representada pelas lideranças jovens, Petrúcia Nunes e Alex Barbosa, apresentaram as ações desenvolvidas pelas famílias agricultoras naquele território, bem como os avanços e desafios do trabalho com a agricultura familiar de base agroecológica.
Glória Araújo, representando a Coordenação da Articulação Semiárido Brasileiro e também a coordenação da ASA Paraíba, falou aos presentes sobre as questões políticas do Semiárido, trazendo o tema da água e dos programas P1MC, P1+2, Cisternas nas Escolas, bem como do Programa Sementes do Semiárido. Ela relatou a significativa mudança na vida famílias a partir do acesso a água de qualidade com a chegada das cisternas de água de beber e de água para produção e da maior experiência brasileira de resgate, estocagem, conservação de sementes crioulas, possibilitada a partir das iniciativas populares e denunciou que: “Nos últimos dois anos as políticas de convivência com o Semiárido estão sendo desmontadas, representando um retrocesso de cerca de 30 anos na garantia dos direitos. Atualmente, corremos muitos riscos, como a volta da indústria da seca, da miséria e da fome. As eleições precisam ser livres e democráticas, mas também são importantes para reafirmação das políticas que possibilitam dignidade e qualidade de vida aos povos do Semiárido”, declarou.
Para Betânia Buriti, que é agricultora e faz parte da Coordenação do Coletivo, o momento vivenciado teve uma grande relevância “Foi um grande momento de reflexão política e as lideranças agricultoras do território estão demonstrando que estão conscientes dos políticos que têm compromisso com a causa da agricultura familiar. A atividade de formação política deu suporte para que os que estão decididos fortaleçam sua escolha e para que os que estão indecisos consigam formular seu voto. Penso que deveríamos ter feito isso há mais tempo”.
A atividade foi realizada em parceria e com o apoio da entidade de Assessoria Sócio-Organizativa da Agricultura Familiar (Patac), que também faz parte do fórum de organizações da sociedade civil que estão nas Redes da ASA Paraíba e ASA Brasil.
Ao final foi entregue a Carta da ASA Brasil aos candidatos que participaram da atividade. Este documento foi elaborado para ser entregue a todos os Candidatos e às Candidatas ao Pleito Eleitoral de 2018.
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