Cartilha de Comunicação Popular no Semiárido

Comunicação popular no Semiárido: um caminho para o fortalecimento da denúncia, da resistência e da luta por mais qualidade de vida.

Quando a ASA (Articulação Semiárido Brasileiro) foi criada, em 1999, junto com ela nascia a proposta de se lançar um novo olhar para o Semiárido.


Em vez de um olhar de pena e de assistencialismo, um olhar para as pessoas fortes, para a vida e a beleza da região. Essas imagens positivas, então, foram tomando forma, por meio de uma comunicação plural, com diferentes cores e sentidos. A imagem de terra rachada e gado morto não deixou de existir, mas passou a dividir espaço com imagens de um povo com sorriso largo, esperançoso, resistente, lutador e de um sertão produtivo; hora cinza, hora verde, mas sempre belo.


A ASA acredita no poder dessa comunicação que não apenas informa, mas mobiliza pessoas e é capaz de defender uma causa e projetar uma ideia do povo para o povo. Por isso, ao longo de sua trajetória, vem investindo numa comunicação para além do instrumental, focada em formações, oficinas, sistematizações de experiências, valorização da cultura local e, sobretudo, no trabalho em rede. Uma comunicação que expressa e fortalece o que é desenvolvido pelas comunidades, experiências que vêm sendo reconhecidas pela sua importância e multiplicadas Semiárido afora.


Em oficinas regionais, em 2017 e 2018, envolvendo representantes de todos os estados do Semiárido brasileiro, foi aberta uma escuta ainda mais focada sobre essas experiências de comunicação popular no Semiárido. E, desses múltiplos diálogos, surgiu esta cartilha, que contou com a contribuição de muitas mãos, olhos e mentes.


Esperamos que esta publicação possa inspirar mulheres, homens, jovens, indígenas, quilombolas, suas comunidades e/ou suas organizações a pensarem a comunicação de uma outra forma, e a comunicar de um outro jeito: o seu jeito! Isso é o que chamamos de comunicação popular! Afinal,
não há como falar em convivência com o Semiárido sem valorizar essa comunicação que acontece no lugar de viver, produzir e reproduzir das famílias dessa região.