Por Simone Benevides
A Asa Potiguar realizou dentro da programação da IFENAFES, em Natal, neste sábado, 18, um encontro para debater sobre a importância das “Sementes da Tradição” como são conhecidas aqui, no Rio Grande do Norte, as sementes crioulas.
Trazendo como base o Projeto Sementes do Semiárido e a contribuição das sementes crioulas para a biodiversidade e a segurança alimentar foram apresentados dados de uma pesquisa realizada pela UFERSA indicou as principais ameaças para a conservação das sementes.
Foram destacados: O risco para biodiversidade, crescimento do êxodo rural, realização de testes de transgenia na cultura do milho, programas estaduais de sementes crioulas, intercâmbios e trocas de saberes, participação das universidades, fortalecimento das casas comunitárias de sementes e bancos individuais e familiares, a universalização de políticas públicas de apoio e assessoria, ampliação das parcerias com as universidades, programas de alimentos PAA e PNAE, melhorias nas estruturas de beneficiamento e fortalecimento dos mercados locais e regionais, atração do consumidor consciente. A pesquisa revela que de 2019 a 2022 a contaminação por transgenia só aumenta.
Outra questão preocupante para a conservação do patrimônio genético é a não confiabilidade nos testes de transgenia feitos nas fitas. Porque ele avalia um numero limitado de proteínas e não garante 100% a não transgenia, pois deixa de analisar várias outras, além de ficar obsoleto com o passar do tempo, já que a cada dia uma nova proteína é criada.
“A contaminação por transgenia é o diacho, porque a gente não ver ela”, disse o agricultor Aguinaldo Machado da Silva, que estava participando do debate representando o Movimento Camponês Popular do Piauí.
Dentre os avanços trazidos pelo trabalho com as sementes estão: as sistematizações das experiências através da comunicação realizada pelos boletins, os intercâmbios entre os estados e até entre as comunidades, o PAA sementes e a ampliação dos bancos de sementes.
Nas falas finais a proposta comum entre todas as organizações participantes foi a criação de uma política permanente criada pelos estados para produzir, armazenar e comercializar sementes crioulas.
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