ASA celebra contrato de € 1 milhão com AFD para executar Projeto Mapear em todas as regiões do Brasil

Projeto inovador de controle social, Mapear irá monitorar e avaliar o impacto do Programa Ecoforte na vida de 15 mil famílias agricultoras

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Kleber Nunes | Asacom

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) firmou acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para a execução do  “Projeto Mapear – Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas a partir do Programa Ecoforte: aprendendo com as redes de agroecologia no Brasil”. A parceria marca a estreia da ASA à frente de uma iniciativa que vai além do território que compreende o interior do Nordeste e parte de Minas Gerais.

O contrato assinado na segunda-feira (17), durante a 30º Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), garante € 1 milhão para o Mapear. O recurso será investido no acompanhamento das ações destinadas as 15 mil famílias agricultoras beneficiadas pelo Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica – Ecoforte em todas as regiões do Brasil.

A iniciativa visa monitorar e avaliar desde processos de mobilização das redes até mudanças nos agroecossistemas familiares, além de produzir e sistematizar dados acerca do impacto do Ecoforte no público-alvo e nas comunidades onde vivem. De acordo com Cícero Félix, da coordenação executiva da ASA, essas informações devem subsidiar  e garantir mais recursos para as futuras edições do programa.

“São R$ 100 milhões do orçamento para o Ecoforte, e o Mapear irá acompanhar a aplicação desse recurso fazendo um encontro das ciências, integrando, intercambiando os saberes dos diversos biomas e assim, quem sabe, ampliar os R$ 100 milhões para um orçamento aí entre meio bilhão, R$ 1 bilhão e, quem sabe, um pouco mais para o país avançar na perspectiva da agroecologia”, afirmou.

Dominique e Cícero assinaram o contrato do Projeto Mapear | Foto: Kleber Nunes/Acervo ASA

Na prática, o Projeto Mapear irá trabalhar em três níveis, a partir de uma metodologia de pesquisa-ação, com a mobilização das redes a partir da realização de oficinas; sistematização e análise dos dados extraídos das experiências e dos territórios; e com a realização de intercâmbios e seminários.

“Queremos mostrar para a sociedade e para o Estado brasileiro que a agroecologia é uma política que promove a justiça climática e, portanto, ela precisa de mais investimento, de mais orçamento público”, ressaltou Cícero.

Para o diretor regional Brasil e Cone Sul da AFD, Dominique Hautbergue, é motivo de alegria e de orgulho assinar essa parceria que incluí a Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele avalia que o Projeto Mapear e o Programa Ecoforte serão processos transformadores que envolverão mais de 40 redes de agroecologia no Brasil.

“Essa iniciativa junta governo federal, bancos de desenvolvimento, instituições de pesquisas e associações de promoção da agricultura familiar e agroecologia. Por meio dessa subvenção, vamos poder apoiar os trabalhos de estudos e trocas de experiências, mas também de sistematização e divulgação de todas as experiências, principalmente em áreas do Nordeste, mas também na Amazônia e nos outros biomas”, disse o diretor.

Sobre o Programa Ecoforte

Com o investimento recorde de R$ 100 milhões, o Programa Ecoforte é mais uma conquista da retomada das políticas sociais que veio com a eleição do presidente Lula em 2022. A iniciativa criada em 2013, no escopo da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), chega a sua terceira edição financiada pelo BNDES e pela Fundação Banco do Brasil.

Considerado o principal instrumento do governo federal para o apoio à agroecologia e à transição dos sistemas alimentares para sistemas mais saudáveis e sustentáveis, o Ecoforte garante o aprimoramento de arranjos produtivos da sociobiodiversidade, amplia a geração de renda dos agricultores e contribui para a conservação do meio ambiente. O programa, portanto, pretende ampliar a escala de produção, oferta e o consumo de alimentos saudáveis no país.

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