Verônica Pragana, Asacom
Na COP 30, governos do Brasil e Alemanha anunciam nova parceria para preservar cinco biomas brasileiros
Financiado pelo governo alemão, projeto será executado por redes de organizações da sociedade civil, entre elas a ASA
Uma nova iniciativa de conservação de cinco biomas brasileiros, selada entre os Ministérios do Meio Ambiente do Brasil e da Alemanha, será anunciada na próxima terça-feira (18), das 15h às 16h, na COP 30 (Zona Azul, no Pavilhão Alemão). No lançamento, haverá representantes dos ministérios dos dois países.
Trata-se do projeto Redes pela Conservação – Combatendo o desmatamento e fortalecendo redes locais pela conservação da sociobiodiversidade, financiado pela Iniciativa Internacional para o Clima (IKI na sigla em alemão), do governo da Alemanha.
Nos biomas Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa, redes da sociedade civil – Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Rede Cerrado e Rede EcoVida – serão responsáveis por desenvolver ações com o objetivo de reduzir o desmatamento, fortalecer práticas sustentáveis de uso da terra e promover a resiliência climática nos territórios.
Um dos pontos fortes deste projeto é o envolvimento de redes das sociedade civil que já atuam nos biomas. “Como experiência piloto que tende a influenciar uma política pública futuramente, ela é feita por três redes com suas especificidades. Dentro dessas redes, há um conjunto de organizações também diversas. Isso brinda o projeto Redes pela Conservação com uma riqueza de vivências e aprendizados, que nascem nos vários territórios espalhados nos cinco biomas”, destaca Rafael Neves, um dos coordenadores de programas da ASA.

Na Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, o projeto será coordenado pela ASA e executado por 10 organizações que compõem a rede que atua em todos os estados do Nordeste e no Norte de Minas Gerais.
Para a estruturação do projeto e sua execução, foi formado um consórcio entre a Cáritas Alemã, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e as redes de organizações da sociedade civil.
As ações para o bioma da Caatinga contemplam as seguintes áreas:
. Apoio técnico e formação para práticas de manejo agroecológico, restauração produtiva e uso sustentável dos recursos da biodiversidade;
. Implantação de tecnologias sociais e sistemas produtivos adaptados ao clima fortalecendo o manejo sustentável e conservação da caatinga, e o acesso à água;
. Criação e fortalecimento de áreas de conservação e territórios de Povos Indígenas, Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais valorizando os modos de vida locais e garantindo o acesso às políticas de proteção e reconhecimento dos territórios;
. Monitoramento ambiental e incidência política articulando saberes comunitários e políticas públicas de combate à desertificação e à degradação do bioma;
. Promoção de redes de cooperação e intercâmbio entre comunidades, instituições e pesquisadores/as, integrando conhecimento popular e científico. Utilização de instrumentos financeiros para fomentar e fortalecer Fundos Rotativos Solidários (FRS) voltados à convivência com o Bioma Caatinga.


