Agricultura Familiar será debatida na COP pela primeira vez

Para marcar a estreia do tema, ASA e parceiros divulgam manifesto e anunciam campanha em defesa da agricultura familiar

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Helena Dias | AS-PTA

Um marco para a Conferência das Partes (COP), para o Brasil e para o debate sobre o clima: em 30 anos, é a primeira vez que a Agricultura Familiar é assunto da COP e terá um enviado especial com a missão coletiva de emplacar o tema na agenda de ação global. O passo é considerado um avanço por organizações da sociedade civil brasileira que atuam na área há décadas, mas também é recebido com um questionamento: por que só agora?

A pergunta dá um pouco do tom de como a Agricultura Familiar vai se posicionar em diversos espaços da Cúpula dos Povos e da COP30, que acontecerão em Belém (PA), entre os dias 12 e 16, e entre 10 e 21 de novembro, respectivamente. Nesse sentido, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a organização AS-PTA, a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) lançam a campanha “Em defesa da Agricultura Familiar!”, que vai ocupar esta agenda internacional com soluções agroecológicas para o clima.


“A COP30 é uma grande oportunidade para posicionar a Agricultura Familiar e a Agroecologia na agenda de ação. Esta agenda é justamente o debate político que sucede a COP30 e segue para as próximas conferências. Os países têm compromissos com a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas, que precisam reconhecer e investir na Agricultura Familiar de base agroecológica. A forma de fazer da Agricultura Familiar diminui substancialmente a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs) dos sistemas alimentares e é resiliente ao clima”, aponta Paulo Petersen, diretor da AS-PTA e enviado especial para Agricultura Familiar na COP.

As soluções agroecológicas trazidas pela campanha foram mapeadas em uma pesquisação da ANA, que tem como mote “Agroecologia no território, justiça climática no planeta”, disponível neste link.

Manifesto em defesa da Agricultura Familiar

Tem gente que acha que o agro é tudo.
Mas não é.

Tem quem chame a terra de negócio.
A gente chama terra de vida e de trabalho.

Tem quem chame agrotóxico de defensivo agrícola.
A gente chama de veneno.

Tem quem desmata e diz que está expandindo terras produtivas.
A gente diz que é destruir nossos bens comuns, as fontes da nossa riqueza e do nosso futuro.

Tem quem produz somente para exportar.
A gente cultiva comida de verdade e a faz chegar na mesa do povo.

A gente é gente. De todo tipo e sotaque.
No campo, na floresta, nas águas e na cidade.

A gente também entende de business.
Mas nosso negócio gira outra economia: a do bem-viver e da solidariedade.

A família é nossa equipe.
A comunidade, nossos parceiros.
Nossas reuniões são com a natureza.

Somos gigantes.
Um pilar da soberania alimentar.
Uma solução para o clima.

A gente é diferente.
A gente é Agricultura Familiar.

Belém (PA) | 2025 | 30ª Conferência das Partes (COP30)

Clique aqui e baixe o Manifesto em Defesa da Agricultura Familiar

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