Por Ascom Caatinga
Neste mês de janeiro, as chuvas têm saudado e alegrado o coração dos sertanejos e sertanejas. Localidades que há mais de quatro anos não registravam chuvas suficientes para o plantio, hoje já tem o molhado do cultivo. De acordo com dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), foram registradas, somente no último dia 22, chuvas que variam de 12,5 a 90 milímetros em municípios do Sertão do Araripe e Sertão do São Francisco. No Araripe, Santa Filomena registrou o maior índice com 60 milímetros.
Com a mudança na paisagem, o verde tomou conta do cenário, os barreiros agora com água e as cisternas transbordando mudaram o semblante das famílias agricultoras. Mais preparados para receber as chuvas, os agricultores e as agricultoras que possuem tecnologias de captação e armazenamento de água guardam neste período a água que vai manter a família e os animais durante a estiagem.
“Acho que a região pode dizer que está rica e a riqueza que temos é a água. Há quatro anos, que a gente não vê um período de chuvas como este. A minha cisterna-calçadão encheu e sangrou, todos os barreirinhos sangraram. Vou agora arranjar capim de corte pra plantar. Se Deus quiser vai ser janeiro, fevereiro e março de chuva”, prenuncia a agricultora Maria de Lourdes, que reside no povoado de Cristália em Petrolina.
Em Ouricuri, as famílias aproveitam a água para produzir hortaliças e vender na feira. “Os nossos produtos estão bem melhor com a chuva, porque antes a gente tinha que estar aguando e agora tem molhado e água suficiente para produzir”, destaca a agricultora e feirante Liziene Tavares do Sitio Queimadas. Ela relatou ainda que antes não estava mais conseguindo produzir hortaliças suficientes para vender na feira, mas agora espera ter produto para comercializar todos os sábados.
A água também tem facilitado a vida de quem vive da criação de animais. Maria Dias, conhecida como Vanuza que reside na fazenda Poço da Cruz em Ouricuri já tem água armazenada para as ovelhas e galinhas. “A gente teve uma chuvada boa. Graças a Deus amenizou muito porque as plantas estavam morrendo por causa da quentura e se Deus quiser vamos colher bem neste ano. O barreiro pegou água para as ovelhas e a cisterna ficou meia”, disse.
Para os próximos dias, de acordo com informações da APAC há a previsão de tempo nublado a parcialmente nublado com chuva rápida de forma isolada e com intensidade fraca no sertão de Pernambuco.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
Sementes05.05.2016 CE | 70 novas casas de sementes crioulas preservam biodiversidade do semiárido cearense |
Reconhecimento internacional22.08.2017 | Programa Cisternas ganha prêmio como uma das políticas públicas mais relevantes no combate à desertificação |
Acesso à Água06.10.2015 BA | Rio São Francisco: sua importância cultural, econômica e social estão sob ameaça |
Lata d´água na cabeça até quando?15.09.2017 | Premiado pela ONU, Programa Cisternas pode ter corte de 92% no orçamento para 2018 |
Reconhecimento21.07.2017 | Política pública que promove a convivência com o semiárido brasileiro é selecionada para prêmio internacional |
Agrobiodiversidade18.05.2016 BA | Famílias agricultoras de 337 municípios brasileiros sofrerão impactos diretos do Projeto Matopiba |