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Por Henrique Araújo
O Ministério do Meio Ambiente apenas informa, mas o tom é de advertência: 62% das áreas suscetíveis à desertificação estão na caatinga, predominante no Nordeste. Nela, vivem aproximadamente 28 milhões de pessoas. O Ceará tem 92% de seu território assentado no semiárido, região que se caracteriza por baixas precipitações e alto índice de evapotranspiração. A singularidade do semiárido não pode ser alterada; a desertificação que o afeta, sim.
Esse é o escopo do projeto de Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), que deve ser aplicado a partir de fevereiro. Mantido por um consórcio de 13 órgãos, o ZEE é um instrumento para auxiliar na gestão ambiental. No Ceará, um convênio, firmado entre a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), cria o Zoneamento Ecológico-Econômico das Áreas Suscetíveis à Desertificação.
De acordo com Margareth Carvalho, gerente do departamento de recursos hídricos e meio ambiente da Funceme, o acordo, que contempla os municípios de Irauçuba, Itapajé, Sobral, Canindé, Santa Quitéria, Miraíma, Tauá, Independência e Arneiroz, constitui um instrumento que leva em consideração as vulnerabilidades desses territórios.
Para a pesquisadora, "a desertificação nessas áreas é um processo que preocupa". O estudo, que terá duração de um ano, "vai conhecer com mais detalhes as propriedades físicas dessas localidades".
Segundo Cristina, Raquel Cristina, arquiteta especializada em gestão ambiental e técnica do Denocs, a transformação do quadro de desertificação depende da comunidade. Isso porque o modelo de aplicação do ZEE estipula metas e sugere modos de se relacionar com a caatinga. Capacitar, ela fala, é palavra de ordem.
Essa parte do trabalho ficará a cargo da Funceme. "O órgão é que irá lá para conversar com a população, saber se eles querem aquele cenário tendencial, demonstrado nos estudos, ou outro. Depois, aplicam o ordenamento na área".