Imprensa - Giro pela Imprensa

Voltar

29.01.2010
Sustentabilidade em pauta: especialistas debatem o tema no Fórum Social Mundial
Site - Ecodesenvolvimento


Sete especialistas de organizações distintas debateram o tema desenvolvimento sustentável na quarta-feira, 27 de janeiro, terceiro dia do Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre. A mesa intitulada "Elementos da nova agenda: Sustentabilidade" discutiu o assunto a partir de opiniões diferenciadas, mas sem deixar de lado a ênfase nas relações humanas com o restante do meio ambiente.

Os palestrantes convidados foram Henderson Rengifo (Associação Internacional pelo Desenvolvimento da Selva Peruana - Peru), Fátima Mello (Fase - Brasil), Rosa Chavez (Convergencia Waquib' Kej - Guatemala), Indra Lubis (Via Campesina - Tailândia), Maria Pia Matta Cerna (Amarc - Chile), Antônio Barbosa (ASA - Brasil) e Luis Arnaldo Campos (Fórum Panamazônico - Brasil).

Entre eles, um consenso: a sustentabilidade é um termo vago, usado hoje em dia para diversos interesses e finalidades. Na concepção dos palestrantes é preciso afirmá-la como um contraponto ao modelo de desenvolvimento em curso. "Para nós, sustentabilidade significa a luta contra a mercantilização dos bens comuns, da natureza, da água, da terra, da cultura, do conhecimento", afirmou Fátima Mello (Fase).

Já o peruano Henderson Rengifo, da Associação Internacional pelo Desenvolvimento da Selva Peruana, explicou que para os povos indígenas a problemática da sustentabilidade está diretamente ligada a do território. "Nossa terra é a nossa escola, de onde tiramos nossos saberes e nosso conhecimento. É o nosso banco, de onde tiramos e onde cultivamos nossos recursos. É nossa casa, nosso hospital, nosso mercado, onde circulamos e cultivamos nossa alimentação. É onde mantemos nossa família e nossas culturas", acrescentou.

Para Rengifo, os governos estão retirando os recursos dos povos indígenas para depois entregá-los às multinacionais. "Lutando pelo nosso território, lutamos pela sobrevivência como povos indígenas", ressaltou o peruano ao portal EcoDesenvolvimento.org, logo ao término do evento.

Comunicação sustentável

Na opinião de Maria Pia Matta Cerna, da Associação Mundial de Rádios Comunitárias do Chile, a comunicação precisa passar por um processo de transformação. “Um dos grandes desafios para o processo FSM é entender a comunicação como uma questão do ambiente, do entorno, do espaço público. Nossos discursos precisam ser sustentáveis. Nossas lutas não avançarão, se não lutarmos pelo direito à comunicação e pela liberdade de expressão".

A comunicóloga chilena defendeu que os sistemas privados não devem controlar a mídia. "Um sistema público midiático compõe e fortalece as nossas lutas. Não devemos ver os meios como difusores de ideias; devemos nos enxergar como sujeitos de um direito inalienável à comunicação".

Ao seguir a mesma linha de pensamento, Rosa Chavez, da Convergencia Waqib' Kej (Guatemala), criticou o que chamou de "visão capitalista do viver bem", considerada por ela antropocêntica, predatória e acumulativa. "Nosso inimigo não é a terra e seus terremotos,

Filtre as publicações

Isso facilitará a sua busca