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A agricultura familiar tem sido, ao longo do tempo, o maior obstáculo ao desenvolvimento equilibrado do agronegócio. Razões atávicas vinham impedindo a modernização do setor, em face do predomínio de lideranças envelhecidas atuando numa conjuntura recheada de problemas estruturais, como ausência da regularização da terra, apego a métodos arcaicos de cultivos, herdados da ancestralidade, e falta de liquidez do crédito rural.
Esse universo conservador vinha freando a inclusão da produção de menor porte no planejamento agrícola do País. Consequentemente, ficava à margem das inovações tecnológicas e dos avanços em termos de comercialização agrícola. Coube aos serviços de extensão rural abrir caminho para os primeiros sinais de modernização agrícola, embora o segmento ainda esteja muito distante do modelo de produção empresarial.
Entretanto, há avanços a mostrar, exemplos a seguir e modelos a exportar como os que estão sendo apontados no seminário internacional "Agricultura Familiar, Soberania Alimentar e Sistemas Financeiros Rurais: desafios e oportunidades diante da crise". O evento está sendo realizado em Fortaleza pelo Banco do Nordeste em parceria com o Fórum de Finanças Rurais para América Latina e Caribe.
Delegações do México, Venezuela, Guatemala, Peru, Colômbia e Bolívia vieram conhecer como o Brasil - particularmente, o Nordeste - promove e incentiva projetos sociais capazes de transformar a agricultura de subsistência, de menor escala e presa à tradição. Paralelamente, o lado oposto, o agronegócio, consolida as suas vendas e, a cada dia, avança em busca de novos mercados externos, nos quais possa colocar os excedentes da produção agrícola, comercializando-os em moeda forte.
Há motivos para o País atrair as atenções internacionais e um deles é exatamente a expansão do crédito, de forma eficaz, atrelando-o ao desenvolvimento econômico. Para o Fórum de Finanças Rurais, o Brasil tem demonstrado ser possível reduzir os índices de pobreza das famílias do campo a partir de incentivos financeiros para a agricultura, como os programas de finanças solidárias e o Crediamigo.
A troca de experiências entre as delegações encarregadas de modernizarem a pequena agricultura tem envolvido, também, as mudanças climáticas. As áreas agricultáveis estão diminuindo, havendo a previsão segundo a qual, até 2020, haverá redução no plantio de algodão, arroz, café, feijão, girassol, mandioca, milho e soja, se não houver maior incentivo às práticas de manejo sustentável.
Como fato auspicioso, o governo brasileiro se dispõe a liberar para a agricultura familiar do semiárido, em 2010, R$ 1,3 bilhão, pelas diversas linhas de crédito, conforme anunciou o Sr. Roberto Smith, presidente do BNB. Desse total, R$ 200 milhões estarão reservados ao Ceará. Esse aporte de recursos garante a continuidade dos programas destinados a corrigir a defasagem agrícola pelo aumento da produção.
O seminário, que hoje se encerra, divulga as ações bem-sucedidas do setor público e