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Nova York (EFE) - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reduziu ontem a importância às consequências para a cúpula de Copenhague do chamado escândalo do "climagate", gerado a partir do roubo de e-mails comprometedores de cientistas britânicos sobre a mudança climática.
Os e-mails roubados por um hacker na Universidade de Anglia Oriental (Reino Unido) parecem apontar para uma suposta manipulação de dados para exagerar a gravidade do aquecimento global.
"Nada do que foi divulgado como resultado do roubo destes e-mails põe em dúvida a mensagem científica fundamental, que a mudança climática avança a um ritmo mais rápido do que pensávamos e que os humanos são os principais responsáveis", disse Ban em um encontro com a imprensa antes da reunião do Conselho de Segurança.
O principal responsável das Nações Unidas reiterou sua confiança nos estudos do Painel Intergovernamental de Analistas sobre a Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês). Afirmou que se sente "otimista e encorajado" pelo andamento das negociações da cúpula que começou na segunda-feira na capital dinamarquesa e que se estenderá até 18 de dezembro.
Ban deve dirigir na próxima semana o encontro que reúne o mais alto nível na cúpula, no qual se espera a presença de uma centena de chefes de Estado e de Governo.
Entre eles, os presidente dos EUA, Barack Obama, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e os primeiros-ministros da China, Wen Jiabao, e Índia, Manmohan Singh.
O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, afirmou ontem em Copenhague que o organismo analisará o conteúdo dos e-mails e criticou os que "recorrem a ações ilegais" para desacreditar os "trabalhos" dos cientistas que expõem as consequências da mudança climática. Rajendra Pachauri insistiu em que a única "ilegalidade" nesse assunto foi cometida pelos hackers que invadiram os e-mails desses cientistas.