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04.10.2016
Diversificação da produção é estratégia para fortalecer a agricultura familiar e a adaptação às mudanças climáticas
INSA - Ermaela Cícera e Renally Amorim*


Insa e Asa realizam apresentação de estudos de caso da pesquisa de monitoramento de práticas sustentáveis em sistemas agrícolas familiares agroecológicos, enfrentamento à desertificação e às mudanças climáticas  A análise dos agrossistemas familiares do Semiárido não pode ser realizada de forma isolada e ela se traduz em um dos principais desafios para a pesquisa realizada há três anos pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTIC) e a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

 

A pesquisa iniciada em 2012 é desenvolvida pelo Insa e por dez organizações da sociedade civil que integram a Articulação no Semiárido Brasileiro (Asa Brasil). Realizada em municípios que integram os estados da região semiárida, a pesquisa analisa vários aspectos para a compreensão da dinâmica das famílias agricultoras, dentre eles: a contextualização do território, que auxilia na percepção das estratégias usadas para enfrentamento aos efeitos da desertificação e das mudanças climáticas, as inovações tecnológicas e os sistemas existentes em cada propriedade.

Cerca de 40 pesquisadores que atuam junto às famílias dos diferentes territórios do Semiárido participaram de uma oficina nos dias 27 e 28 de setembro, na sede do Insa, em Campina Grande (PB). O grupo se reuniu com o intuito de apresentar seis estudos de caso das famílias agricultoras participantes da pesquisa. Em um trabalho conjunto, as instituições realizam um monitoramento com 100 famílias agricultoras que estão entre 150 mil famílias contempladas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), desenvolvido pela Asa Brasil. O P1+2 tem como objetivos promover a segurança alimentar e fomentar a geração de renda das famílias agriculturas do Semiárido brasileiro.

Experiências - Na manhã do dia 27,  foram apresentadas duas experiências do Território da Borborema, na Paraíba. A primeira família foi a de Maxon e Cristina da comunidade Queimada Redonda, município de Areial (PB). Nesta família, a lógica de produção tende para a agricultura especializada. A segunda apresentada foi a experiência de Paulo e - Josefa, o casal mora no assentamento Oziel Pereira, em Remígio , no Agreste paraibano. Já nesta propriedade percebeu-se que as práticas agroecológicas estão mais presentes e foi classificada como agricultura diversificada. Com base em quatro questões norteadoras os grupos de trabalho discutiram como os estudos compreenderam a realidade dos agrossistemas, avaliaram os impactos econômicos, ecológicos e sociais das inovações nas propriedades. Além disso, foi realizada a análise do contexto territorial por meio dos fatores favoráveis a trajetórias inovadoras.

Outro ponto de destaque foi a análise comparativa entre casos de agricultura diversificada pautada em princípios agroecológicos e de agricultura especializada. Agricultura diversificada Desde a última reunião, realizada nos dias 16 e 17 de junho, os pesquisadores definiram um conjunto de métodos de análise, dentre eles: os impactos do projeto P1+2 nas propriedades e a comparação entre trajetórias de famílias com dinâmicas diversas de produção. Com isso é possível apreender a realidade dos agrossistemas, utilizando uma metodologia que dialogue com a região semiárida e com a agroecologia. Os pesquisadores perceberam que quanto mais diversificado é o agrossistema maior é a relação entre as inovações e os impactos econômicos e sociais positivos. As famílias agricultoras, que praticam a agroecologia possuem melhores infraestruturas hídricas, segurança alimentar e nutricional, diversidade de produção e maior envolvimento das mulheres.

Além disso, nos períodos de seca prolongada, como o atual, as famílias convivem melhor com as dificuldades, assim modificam as estratégias e se adaptam as condições. A Pesquisa Insa-Asa se aproxima do final e avaliou os impactos das ações da rede de organizações sociais no Semiárido brasileiro. Como encaminhamentos da oficina estão previstas a devolução dos dados gerados para as famílias participantes, para as Asas Estaduais e difusão das boas práticas no Semiárido.  Um dos momentos de apresentação dos dados será no 9º Encontro Nacional da Asa (EnconASA), que ocorrerá no período de 21 a 25 de  novembro, em Mossoró (RN).

*Ermaela Cícera Freire e Renally Amorim, Ascom do Insa. 

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