As escolas de comunidades rurais que não têm energia elétrica e que são beneficiadas com o programa Cisternas nas Escolas em Avelino Lopes e Morro Cabeça no Tempo, no Semiárido do Piauí, são alvo de uma inciativa pioneira. A instalação de bombas d’água movidas a energia solar. Com isso, as merendeiras, alunos e professores passaram a ter acesso à água de qualidade com mais facilidade, o que gerou admiração pelo fato do equipamento canalizar a água diretamente das cisternas para caixas de distribuição e daí para as torneiras de cantinas e outros espaços.
“Pelo conhecimento que temos, esta iniciativa de instalação de bombas solares em cisternas de escolas é pioneira em todo o Piauí e quem sabe até no país”, disse o coordenador da Obra Kolping do Piauí, Raimundo João da Silva, que visitou as obras de construção de cisternas nas escolas e ajudou a instalar os equipamentos. As bombas movidas a energia solar são uma iniciativa da Kolping, que executa o programa nestes municípios com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e em parceria com o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido e com a Articulação do Semiário Brasileiro (Asa Brasil).
“Instalamos 13 bombas que funcionam com energia solar em 13 escolas dos municípios de Avelino Lopes e Morro Cabeça no Tempo. A gente percebeu a importância do equipamento porque nestas comunidades não têm energia elétrica. As bombas solares mostram que é possível gerar energia elétrica através do sol porque nestas comunidades tem muito sol, praticamente o ano inteiro”, disse Raimundo João.
Segundo ele, as placas de geração de energia solar viraram material didático para os alunos. “Os estudantes acompanharam as instalações e perceberam que o sol é capaz de gerar energia para a própria escola. O projeto está sendo muito bom para muitas famílias”, acrescentou. A instalação das bombas incluiu o projeto de capacitação das pessoas que vão lidar com a manutenção e manuseio dos equipamentos, como professoras, zeladoras, merendeiras e vigias.
No Piauí, o programa Cisternas nas Escolas, além de garantir água para as unidades escolares, vai contribuir com a produção de viveiros de mudas e a criação de hortas comunitárias. “Além disso, é um instrumento pedagógico valioso para os professores e alunos. Através da educação contextualizada, as crianças vão ter acesso ao ensino sobre convivência com a seca no Piauí”, falou Raimundo João.
O programa Cisternas nas Escolas no Piauí, que envolve recursos na ordem de R$ 1,3 milhão, está beneficiando 8 municípios da região do Semiárido Piauiense. Outras entidades do Piauí, como a Cáritas e Cootapi, participam da execução do programa em parceria com a Articulação do Semiárido Brasileiro e Asa Piauí.