Uma caminhada para um novo olhar. De perto, de longe, de algum lugar. Olhar é necessário. Ver, sentir e compreender talvez sejam pontos complexos que, se bem analisados, entenderemos não ser possível sem o olhar diferenciado. Mas, para fixar um olhar, ou lançar um novo olhar para um acontecimento, ou uma experiência, se faz necessário refletir, analisar, mergulhar na história, compreender o lugar e decifrar seu contexto. Foi com estas características no novo olhar que as comunicadoras e comunicadores da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) conheceram a experiência de Joelma e Roberto, na comunidade Pedra Branca, no município de Cumaru, no agreste pernambucano.

O exercício do novo olhar se deu a partir da orientação recebida pelas/os 23 comunicadoras/os vindas/os dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, que com máquinas, gravadores, cadernos nas mãos e uma grande expectativa, tinham um objetivo maior: descobrir o que aquela família de agricultores tinha a oferecer, além de tecnologias, da bonita experiência agroecológica e da força familiar.

A caminhada rumo ao novo olhar começou cedo, cinco horas da manhã, uma longa jornada de três horas que não tirou a expectativa do encontro. E que encontro! A família de braços abertos acolheu cada uma/o com um sorriso largo e um abraço fraterno, demonstrando a alegria de compartilhar sua história de vida.

Trabalhar o novo olhar é descobrir além do que é visível e para isso se faz necessário, além de vivenciar, sentir. O grupo analisou a história, presente, passado e perspectiva de futuro em partes. O exercício de separar o todo em partes possibilitou maior compreensão, analisando cada uma com um outro olhar se fez perceber o objeto oculto, o que faz aquela família ser única e especial.

O resultado se deu com o se descobrir dentro da história. Cada ser é único e traz dentro de si uma imensidão de conhecimentos. A família de Joelma e Roberto representam a riqueza dessa sabedoria. Essa nova descoberta inundou a alma de cada um/a ali presente, que com versos, poesias e lágrimas celebraram a experiência de descobrir com um novo olhar.

* Comunicadoras da ASA