“Essas mulheres nunca tinham tido assessoria da Casa da Mulher do Nordeste e de nenhuma organização que tivesse como público prioritário – as mulheres. Foi a partir da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Agroecologia, do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que identificamos essas comunidades que não tinham uma assessoria técnica específica para as mulheres, e que também possuíam a preocupação com a conservação do bioma Caatinga. O Mulheres na Caatinga, com o apoio do ISPN, trás a proposta de valorizar o conhecimento das mulheres sobre o bioma, o reflorestamento e o reconhecimento da mulher como sujeito de direito. Ainda temos uma longa caminhada no território”, disse Eliane Vieira, assessora técnica da CMN.

A assessoria técnica feminista que a CMN realiza é baseada em práticas educativas feministas, no campo dos direitos, e também na assessoria técnica rural com o olhar das mulheres, valorizando o seu lugar na produção e a convivência com o semiárido. Durante este último ano de projeto, as mulheres já apontam que precisam avançar nas discussões sobre a divisão sexual do trabalho doméstico, já que ainda carregam a responsabilidade de sozinhas cuidarem da educação dos(as) filhos(as) e das tarefas da casa, como também sobre a violência contra a mulher no espaço privado que impede a autonomia das mulheres. As descobertas sobre a importância do bioma Caatinga para a sua sobrevivência também está sendo uma novidade para essas mulheres, bem como o acesso a água que ainda não é universalizada. Esses são os desafios que permeiam a realidade da vida das mulheres e ratificam a importância de se ter uma ATER específica para as mulheres.