O Projeto Redes Ecoforte, uma parceria da Cáritas de Sobral e Cáritas de Itapipoca (Ceará), tem oportunizado ricas trocas de experiências. Agricultores e agricultoras, crianças e jovens estão se envolvendo cada vez mais na iniciativa por meio dos encontros e formações realizados. Desta forma, nos últimos dias 15 e 16, foi realizado no Centro de Treinamento Diocesano (Cetredi), mais um encontro com as juventudes ligadas ao Ecoforte.

Jovens vindos de vários cantos, munícipios, comunidades, assentamentos e EFAs (Escolas Família Agrícola) estiveram reunidos para discutir sobre agroecologia e mudanças climáticas, identidade local/camponesa e engajamento da juventude nos processos comunitários, principalmente como multiplicadores/as e articuladores/as da rede de intercâmbio de sementes RIS, Aproximadamente 50 pessoas participaram da atividade.

Durante os dias de encontro, foram realizadas reflexões sobre os desafios encontrados pelos jovens, principalmente ao assumirem sua identidade rural. Também foram debatidas as alternativas que podem ser construídas para a superação dos desafios. Segundo Virginia Faustino, da Comunidade de Lagoinha I, município de Itapipoca, se assumir como jovem camponesa significa acreditar que a vida no campo pode ser cada vez mais bela. “Eu sou uma jovem camponesa que acredita que pode sim haver uma vida digna no campo”, ensina ela.


Os grandes desafios
Nas falas, os jovens apontaram o êxodo rural, a falta de uma politica voltada para as juventudes e uma educação fora do contexto camponês como grandes desafios e partilharam opiniões sobre os preconceitos que afetam o meio rural. Como alternativas de enfrentamento, citaram o uso da tecnologia em favor do campo, uma educação contextualizada para o semiárido e o envolvimento com as atividades realizadas pelas comunidades, bem como a participação em outros espaços de articulação e fóruns, de modo a exercer cada vez mais o seu protagonismo juvenil.

No encontro realizado no Cetredi, foi abordado também o impacto das mudanças climáticas sobre a agricultura. O aumento da temperatura que atinge vários pontos do planeta pode se transformar em um grande vilão, interferindo no modo e na quantidade da produção agrícola. Os jovens participantes partilharam entre si práticas agroecológicas usadas em suas comunidades, principalmente a partir dos roçados comunitários, com o abandono da cultura do desmatamento e das queimadas, substituída por práticas mais “saudáveis”.


Avaliação

No encerramento, os presentes avaliaram o encontro como positivo. “Foi bastante produtivo. A temática foi ótima e nós, que participamos, devemos levar para as nossas comunidades o que aprendemos aqui, para aproximar cada vez mais os jovens desse espaço familiar do campo”, avalia Rita de Cássia, da comunidade de Riacho Fundo – Massapê.