Um café da manhã, no estilo das Feiras Agroecológicas e Solidárias da região, foi compartilhado com os participantes que iam se reunindo no pátio do Cetredi, onde está acontecendo a maior parte do evento. Tapioca, grude, bolo de milho, bolo de macaxeira, sucos e frutas da época enriqueceram a alimentação da manhã que foi toda fornecida por agricultoras e agricultores familiares.
O X ETA, que tem como tema “Ousamos e Acreditamos! Vem com a gente na ciranda da agroecologia.”, trouxe na mística de abertura os cinco elementos que compõem a marca do evento de 2015: resistência indígena, luta camponesa, feminismo, convivência com o Semiárido e agroecologia. Ao som da canção cio da terra, de Chico Buarque, agricultoras e agricultores compartilharam elementos como água, sementes, flores e frutos. A falta de demarcação das terras indígenas no Ceará, assim como o crescimento de assassinatos dos povos originários, a urgência da reforma agrária, do feminismo, da convivência com o Semiárido, o combate ao agronegócio, aos agrotóxicos e sementes transgênicas e a afirmação da agroecologia e das sementes da vida foram recitados e cantados em uma grande ciranda.
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão...
Cio da terra – Chico Buarque
Um momento em homenagem ao professor João Ambrósio de Araújo, falecido recentemente, também integrou a programação da primeira parte da manhã para relembrar seu entusiasmo e contribuição com a valorização e conservação do Semiárido e da Caatinga.
Do pátio o encontro seguiu para o auditório do Cetredi onde foi formada a mesa de abertura para celebrar o décimo ETA com a presença de Cristina (CETRA/ASA), Zeza
(CETRA), Marcos Jacinto (FCVSA), Adriana (Povo Tremembé da Barra do Mundaú), Toinha (Qulombola/ Água Preta), Rita e Zé Júlio (Rede de Agricultoras e Agricultores Agroecoloógicod/as e Solidários do Território Vales do Curu e Aracatiaçu), Gema (Programa Residência Agrária/UFC), Tailândia e Adriana (SDA/ Projeto São José), Josafá (Agropolos), Janiele (CDT), Aline (CADESC), Raquel (ASA/Projeto Sementes do Semiárido), Jerônimo (Prefeitura Itapipoca), Paula (Câmara Vereadores de Itapipoca), Pequeno (vereador) e Regilane (Balanço do Coqueiro).
Logo após o encerramento da mesa, os participantes seguiram rumo aos 14 intercâmbios de experiência que nesse décimo ETA receberam o nome de Cirandas Agroecológicas Comunitárias, já que são as comunidades, e não só uma família agricultora, que estão recebendo os intercâmbios.
Ontem também foi a noite da Expressão da Juventude Rural com a 3ª Exposição Fotográfica - Pelo Direito de Viver no Campo, apresentações culturais dos grupos Balanço do Coqueiro (Assentamento Maceió), Canto do Sabiá (Assentamento Várzea do Mundaú) e o grupo de jovens do Assentamento Batalha. A noite contou ainda com a apresentação do ponto de cultura Galpão da Cena, de Itapipoca, que trouxe maracatu, samba, e expressões da cultura afro. A exposição é aberta ao público e está sendo realizada no pátio do Cetredi, localizado na rua Hildeberto Barroso, 27, Centro – Itapipoca.