Esse evento foi uma oportunidade singular para que os agricultores ecoassem um grito de resistência e esperança frente aos desafios que homens e mulheres do campo vêm enfrentando na atualidade.

O encontro aconteceu entre os dias 01 e 03 de outubro de 2015 em Araçuaí, e denunciou que os grandes problemas do campo são, entre outros, as monoculturas de eucalipto, a mineração e os parques de preservação integral. Expulsos de seus territórios e com seus modos de vida ameaçados, os participantes afirmaram que a convivência como Semiárido é o caminho para a sustentabilidade com enfoque na agroecologia.

O agricultor João Altino, do assentamento Americana – Grão Mogol afirmou que “pior que o clima são os grandes projetos que vêm de fora, por que causam a perda da cultura”, ele lembrou ainda que a luta por semente é a luta também por liberdade. “Quando somos assalariados, somos dependentes. Com a semente somos livres”, finalizou. Maria Madalena, agricultora da comunidade de Pinheiros– Montes Claros destacou que a mulher tem um papel fundamental na preservação da semente e da natureza, e que é importante valorizar esse trabalho que potencializa o protagonismo e a liberdade das mulheres do campo.

Participaram do evento também, o Secretário de Desenvolvimento Agrário, Glenio Martins, que declarou: “onde tiver povos e comunidades tradicionais com indício de terra devoluta, vamos priorizar a regularização fundiária”. O Ministério do Desenvolvimento Agrário, representado por Cassio Trovato, ressaltou que um dos objetivos do ministério é a alimentação saudável e o assentamento das famílias. O encontro contou com a participação ainda da EMATER, de professores e estudantes da Unimontes, UFVJM e IFNMG.

O II Encontro da Agrobiodiversidade do Semiárido foi finalizado com um ato público na feira municipal de Araçuaí, onde os povos e comunidade tradicionais participantes afirmaram a agroecologia como modelo de vida.