Famílias agricultoras das comunidades Enjeitado, Cação, Cabral, Santana e Lajero, em Pedro II, no Piauí, participaram no último fim de semana do curso de Gestão de Água para a Produção de Alimento (GAPA), promovido pelo Centro Regional de Assessoria e Capacitação (Cerac). Essas famílias serão beneficiadas com a cisterna calçadão, do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), e participam da capacitação para aprender a usar a água de forma racional, sem desperdício.

A instrutora da capacitação, Michele Carvalho, destaca a importância desses cursos no incentivo para as famílias produzirem, potencializando o uso do recurso de forma que os 52 mil litros de água, capacidade do reservatório, dure todo o período de estiagem. “Esse momento é muito importante, pois além de conhecer e debater a realidade das famílias, elas se familiarizam com o implemento, aprendem técnicas para potencializar o uso da água e ainda conhecem outras experiências que deram certo e que transformaram a realidade a partir do Programa”, diz .

Também foi abordado no curso a questão da água na região semiárida, partindo das várias formas de uso, armazenamento e manejo das águas disponíveis nos sistemas produtivos familiares. O objetivo é mostrar as iniciativas de estocagem para usos múltiplos.

No curso, as famílias também escolhem o caráter produtivo a ser implantando a partir da utilização da água da cisterna. Das 30 famílias presentes, a maioria escolheu cultivar hortaliças e verduras visando, além de enriquecer o cardápio da família, comercializar parte dessa produção. “O que a gente tirar da venda pode ser pouco no começo, mas já ajuda, né?”, ressalta o agricultor Joaquim de Olindo. Além das verduras e hortaliças, as famílias também podem escolher entre criação de galinhas, frutíferas e plantas medicinais.

A animadora de comunidade do Cecac, Cleidiane Mesquita, explica que os participantes do curso são incentivados a trabalhar os bancos de sementes nas comunidades e resgatar o patrimônio genético animal e vegetal da região, além de praticarem a agroecologia, que inclui a produção de alimentos respeitando o meio ambiente. “Deixar de queimar, não usar agrotóxico para combater as pragas, usar adubação verde e defensivos naturais são novidades para alguns deles, mas também encontramos pessoas nesses cursos que já conhecem a agroecologia e praticam sem conhecer o termo, o que para gente facilita porque elas conhecem o beneficio da prática e servem de exemplo para os demais”, afirma Cleidiane.

O P1+2 é uma ação da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), que na região norte do Piauí é desenvolvido pelo Cerac.

Fonte: ASA