As sementes da paixão estão se espalhando pela Paraíba através dos campos de multiplicação de sementes nativas. Dessa vez, a comunidade escolhida para desenvolver a experiência foi Cachoeirinha dos Torres, no município de Soledade, Região do Cariri Paraibano.

A proposta faz parte do Projeto Semente da Paixão, que é uma parceria entre a ASA Paraíba, Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE) e Embrapa Algodão (PB). O objetivo desses campos de multiplicação é o resgate de sementes nativas e do conhecimento das famílias agricultoras, acreditando que essa discussão é uma das portas de entrada para a agroecologia.

A comunidade Cachoeirinha dos Torres é um exemplo de guardiã das sementes da paixão. As famílias guardam suas sementes nos chamados bancos de sementes familiares. Essas sementes, resgatadas e conservadas por gerações, carregam uma gama de histórias e sentimentos. Um desses exemplos se encontra na família Torres, que há muitos anos sofria com as estiagens e se alternavam entre morar no Brejo e no Cariri, dependendo sempre dos períodos "bons de água".

Quando estavam no Brejo plantavam feijão de arranque, batatinha, mandioca e macaxeira. Com o lucro, retornavam para o Cariri e cuidavam da criação e plantavam campos de palma. A partir da melhoria da estocagem de água, a família decidiu se mudar definitivamente para o Cariri, no ano de 1988. De acordo com Seu José Torres, a situação da família passou a melhorar a partir do plantio da semente do feijão macassa vermelho que conheceu no Brejo, há muito tempo.

A semente do feijão macassa vermelho foi uma das variedades de sementes resgatadas pelos moradores da comunidade, graças a uma das moradoras: Dona Minervina, de 90 anos, que conservava em sua casa um pouco da semente. “O feijão macassa vermelho é um feijão meia rama, carregador, estendedor, cosinhador e bom pra debulhar, pois, sua casca é muito fina”, afirma. Atualmente, a comunidade tem um Banco de Sementes que é animada por dois jovens: Josenildo e Adriana, ambos são netos de Dona Minervina.

Na área de multiplicação de sementes, a comunidade decidiu plantar, além do macassa vermelho, um campo de sementes de milho (do sabugo fino). Além disso, a ASA Paraíba, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA-PB) e a Embrapa Algodão, que vão fornecer sementes de gergelim e amendoim para compor os campos de multiplicação.

Segundo Ita Porto, integrante da equipe do Projeto Semente da Paixão, além do campo implantado na comunidade de Cachoeirinha dos Torres, está prevista a implantação de mais cinco campos de multiplicação, distribuídos em assentamentos do município de Remígio (Região do Pólo Sindical da Borborema) e entre as Universidades Estadual e Federal da Paraíba.

Alguns dados sobre a família foram retirados do Boletim informativo produzido pelo PATAC.

*Consultora

** Comunicadora popular da ASA - UGT AS-PTA/PB

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