Uma delegação com ministros e técnicos do Quênia assistiu, nesta terça-feira (17), uma apresentação sobre o programa de construção de cisternas apoiado pelo Governo Federal. A secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Maya Takagi, falou sobre a ação desenvolvida no Semiárido brasileiro.

O baixo custo para a construção de uma cisterna chamou a atenção. “O custo, de R$ 2 mil por unidade, é barato porque o material é adquirido na localidade, o que diminui a despesa com transporte, e a mão de obra é local”, explicou a secretária. “Já são cerca de 400 mil unidades construídas, sendo que 80% com recurso Federal”, completou.

Maya explicou que são construídos dois tipos de cisternas. A que armazena água da chuva para beber, com capacidade para 16 mil litros, e a utilizada para plantação, com cerca de 52 mil litros. A secretária disse que essa quantidade atende os oito meses sem chuva, mas que cada país tem a sua realidade.

Maya apresentou a realidade do semiárido brasileiro, composto por 1.134 municípios, cerca de 20% do território brasileiro, com 20 milhões de habitantes e uma população rural dispersa. Explicou que os beneficiários são selecionados, em geral, pelo Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e que o programa nasceu devido a uma demanda da sociedade civil, que mapeou a necessidade de 1,3 milhão de famílias sem acesso à água.

Mais tempo - Os quenianos se interessaram sobre os resultados das famílias que já foram beneficiadas. A secretária apresentou pesquisa com dados que revelam que as mulheres possuem mais tempo para cuidar dos filhos, que, por sua vez, têm mais tempo para estudar e brincar. Isso porque não precisam mais buscar água em açudes distantes. A melhora da qualidade da água resulta, ainda, em redução de doenças. Entre os pesquisados, 93% disseram estar satisfeitos com o projeto.

A visita faz parte de uma cooperação entre Brasil, Quênia e Reino Unido. Os africanos vieram conhecer as políticas de proteção social do MDS, além de ações dos ministérios da Saúde, Educação, Previdência e Planejamento, Orçamento e Gestão.

Nesta quinta-feira (19), os africanos farão uma visita de campo a um Centro de Referência em Assistência Social (Cras), um Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e a um Restaurante Popular para verificar a aplicação prática de algumas políticas e programas.