As discussões sobre Educação e Desenvolvimento no Semiárido Brasileiro continuaram na manhã do segundo dia da ICID + 18, no Auditório Pernambuco. O tema mais abordado pelos palestrantes foi a educação contextualizada para a convivência com o Semiárido. Além da apresentação de trabalhos teóricos acerca do tema, também foram relatadas experiências práticas que têm como base esse modelo de educação.

Os palestrantes eram Antônio Gomes Pereira (mediador da mesa), Sílvio Rossi (Instituto Nacional do Semiárido), Ladislaw Dowbor (PUC de São Paulo), Lúcia Araújo (coordenadora do programa Convivência com o Semiárido), Luciana Nóbrega (Rede de Educação do Semiárido Brasileiro/RESAB) e Washington Bonfim (Universidade Federal do Piauí).

Pereira, Rossi e Dowbor apresentaram o conceito de educação contextualizada como instrumento de transformação social. Abordaram as características desse modelo de educação, que prima por uma aprendizagem contextualizada à realidade do Semiárido, integrando à ciência e à tecnologia ao ensino, e desfragmentando o currículo escolar. Também discutiram como essa forma de educar pode promover o desenvolvimento local, formando sujeitos ativos que promovam a mobilização social.

Lúcia Araújo e Luciana Nóbrega apresentaram experiências na aplicação dessa educação contextualizada no Semiárido. O programa Convivência com o Semiárido, apresentado por Araújo, prioriza a educação como forma de promover o desenvolvimento sustentável do Piauí. Além de desenvolverem formas de captação e armazenamento da água, investem na formação da consciência ambiental de crianças e adolescentes, através da educação contextualizada. Luciana Nóbrega falou sobre as atividades da RESAB, que buscam promover espaços de articulação política regional da sociedade organizada, também tendo como primórdio a educação como forma de desenvolvimento local.

Finalizando o ciclo de apresentações, Washington Bonfim falou sobre os desafios da educação no Semiárido Brasileiro, apresentando dados sobre o desempenho das escolas das regiões semiáridas do Nordeste. As pesquisas mostram que o nível escolar dessas instituições de ensino ainda está abaixo da média nacional. Assim, alertou para a urgência de políticas efetivas da União e dos estados, que auxiliem os municípios do Semiárido, a fim de que promovam melhorias na educação infantil.

O tema Educação no Semiárido Brasileiro teve início no primeiro dia da ICID+18. As discussões da manhã de terça feira, no Auditório Pernambuco, deram continuidade ao debate. Os palestrantes tiveram tempo para responder às perguntas dos participantes, já que no dia anterior, devido ao tempo, esse debate não havia sido possível. A programação do ICID+18 continua até o dia 20 de agosto.