Entidades que compõem a Articulação do Semiárido Paraibano (Asa Paraíba) celebram nas próximas quinta e sexta-feira (18 e 19) a paixão pelas sementes tradicionais, durante a quinta edição da Festa Estadual da Semente da Paixão. Na quinta (18), o encontro é em Lagoa Seca. Na sexta (19), em Campina Grande.

O tema da celebração é "Guardiões da semente da paixão: em defesa da agricultura familiar camponesa". Os organizadores estimam que mais de 1.400 pessoas participarão do evento. São agricultores e agricultoras de todas as microrregiões da Paraíba: Alto e Médio Sertão, Curimataú, Cariri, Agreste e Litoral.

"A ocasião é de resgate e valorização da importante contribuição das famílias camponesas para a diversidade das sementes, moedas de um patrimônio genético que por séculos foi cultivado, selecionado, aprimorado e ajustado às realidades ecológicas locais e às preferências culturais", diz o informe da entidade.

"A festa é o momento de reverenciar esse incessante processo de estudo e seleção, que concede autonomia às famílias no uso de suas sementes, na produção de alimentos e na geração de riquezas", complementa.

Na quinta-feira, em Lagoa Seca, cerca de 200 agricultoras e agricultores participarão de uma oficina de formação, que tem como objetivo abrir um espaço para a construção coletiva de uma crítica ao conjunto de forças e fatores que ameaçam a agrobiodiversidade e a autonomia das famílias agricultoras.

Na sexta-feira, em Campina Grande, será celebrado o Dia de São José, o santo do sertanejo. É nesse dia que, pela tradição, os sertanejos olham para o céu para ver se o tempo será seco, nublado, chuviscado ou molhado - elementos fundamentais do cálculo da meteorologia tradicional para saber se as chuvas virão em abundância ou não.

As famílias agricultoras de todo Nordeste plantam o milho no dia de São José para comemorar a safra no dia de São João (25/06). A data do padroeiro não poderia ser mais propícia para realizar a caminhada Em defesa da Agricultura Familiar Camponesa: por uma Paraíba Livre de Transgênicos e Agrotóxicos.

Durante a marcha, serão distribuídos panfletos como forma de sensibilizar os consumidores quanto aos riscos à saúde e à soberania alimentar decorrentes da liberação das sementes transgênicas, de propriedade de um número reduzido de grandes empresas transnacionais.

Haverá também a montagem da Feira de Sementes, Saberes e Sabores, fazendo alusão a toda riqueza proporcionada pelas sementes locais, que se traduz em valioso conhecimento transmitido de geração para geração.

Após a caminhada, será realizado um ato público, com diversas atividades, como teste de contaminação de cultivos tradicionais por sementes transgênicas, depoimentos de agricultores, dramatização sobre os riscos à saúde das famílias e dos consumidores e falas de representantes de órgãos governamentais.