Uma grande mobilização aconteceu na tarde de ontem em Juazeiro, a Caminhada por um Semiárido Justo e com Desenvolvimento Sustentável. O movimento integra a programação do 7º Encontro Nacional da Articulação no Semiárido Brasileiro - EnconASA que teve início segunda-feira e termina sexta-feira, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
O Encontro reúne representantes de todos os estados do Nordeste e de Minas Gerais. Com o tema ASA- 10 Anos Construindo o Futuro e a Cidadania no Semiárido, cerca de 500 pessoas celebram os 10 anos da Articulação, avaliam e discutem as novas perspectivas da convivência com o Semiárido dentro do atual contexto sócio-político e econômico do País. “O objetivo (da caminhada) é celebrar e dizer o que se fez nesses dez anos. Mas, ao lado disso nós vamos dizer o que nós avaliamos que não é convivência com o Semiárido. Para nós a transposição do São Francisco não é convivência com o Semiárido, porque ela novamente concentra nas mãos de poucos a água que deve ser distribuída por muitos; a falta de uma reforma agrária adequada ao Semiárido; uma escola que ao invés de falar dos elementos do Sul ou de fora do país ajude as crianças a ter orgulho e a desenvolver a autoestima de viver no Semiárido e que produza conhecimento para o Semiárido melhorar”, defende o coordenador executivo da ASA, Naidison Baptista.
A caminhada foi encerrada na Orla Nova, onde está sendo realizada a Feira de Sabores e Saberes. Aberta ao público, a Feira é um espaço de comercialização, troca de conhecimentos, apresentações culturais e de celebração pelos 10 anos da ASA. Estandes de 10 Estados expõem e comercializam artesanato e alimentos orgânicos da agricultura familiar.
ASA - A Articulação no SemiÁrido Brasileiro é um fórum de organizações da sociedade civil, que luta pelo desenvolvimento social, econômico, político e cultural do Semiárido brasileiro, desde 1999. “Conseguimos projetar a nível nacional uma imagem positiva do Semiárido. O Semiárido não é aquela terra de incapazes, de pessoas que só precisam de assistencialismos, de vacas mortas e terra rachada. O Semiárido é uma terra de pessoas lutadoras, conscientes, produtoras de conhecimento. Eu costumo dizer que são tão capazes, que durante 500 anos trabalhamos contra elas e elas estão vivas”, afirma Baptista.