A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. Em seu artigo 2º, a Declaração Universal dos Direitos da Água, documento da ONU, defende que o acesso à água é um dos direitos fundamentais do ser humano. Apesar disso, no Semiárido brasileiro ainda há muitas famílias que sofrem com a falta de água. Essa região do Brasil é conhecida por longos períodos de estiagem, que associados à falta de infraestrutura descentralizadas de armazenamento e abastecimento de água, impõem uma situação de insegurança hídrica à população.
Nos últimos 10 anos, a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) tem trabalhado para que essas pessoas possam ter garantido o direito de ter água de qualidade e em quantidade para o consumo e produção de alimentos. Só assim elas podem manter uma vida digna no Semiárido. Através do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) já foram construídas mais de 288 mil cisternas, reservatórios capazes de armazenar até 16 mil litros de água de chuva para o consumo humano. Isso significa cerca de um milhão e 300 mil pessoas beneficiadas em todo o Semiárido.
Já o Programa uma Terra e Duas Águas (P1+2) constrói tecnologias para captação de água que é utilizada na produção de alimentos. Até o momento já foram construídas 4.127 cisternas-calçadão, 215 barragens subterrâneas e 141 tanques de pedra, beneficiando aproximadamente 28 mil pessoas. Devido à importância desta temática, a Articulação escolheu o 22 de março, o Dia Mundial da Água, para dar inicio ao VII Encontro Nacional da ASA (EnconASA).
O evento acontece até o dia 26, no Auditório do Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro/BA. Além do acesso à água, outros temas serão discutidos durante o VII EnconASA: o acesso à terra, a educação contextualizada, a economia popular e solidária, a segurança e soberania alimentar, a auto-organização e direito das mulheres e a biodiversidade.
Os participantes irão debater esses assuntos, apresentando alternativas e compartilhando conhecimentos. Também serão realizadas visitas a experiências de convivência com o Semiárido relacionadas a cada uma dessas temáticas.