O tema biodiversidade transcendeu ao longo dos últimos anos o mundo científico e tecnológico, tendo invadido substancialmente os meios de comunicação. Não sendo o bastante, para dar mais visibilidade ao tema, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. Dessa forma, é pertinente perguntar: O que é biodiversidade? E, por que ela é tão importante para a nossa sobrevivência?

A expressão diversidade biológica surgiu com o sentido atual a partir de três trabalhos publicados em 1980. Sua forma contraída, biodiversidade, foi criada em 1985 para o National Forum on BioDiversity que ocorreu em Washington, D.C. Dos Anais desse fórum intitulado "Biodiversity" e publicado em 1988, o termo obteve alcance mundial. No entanto, somente na Convenção sobre Diversidade Biológica que ocorreu durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a RIO & 92, que Biodiversidade foi oficialmente definida; "A variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens incluindo, inter alia, sistemas terrestres, marinhos e outros aquáticos e os complexos ecológicos do qual eles são partes; isto inclui diversidade dentro das espécies, entre as espécies e de ecossistemas" ou, de forma simplista, a variedade de vida de um lugar.

A biodiversidade contribui em muitos aspectos para o bem-estar humano. Ela oferece produtos como alimento, medicamento, matéria-prima e oxigênio, presta serviços como polinização, controle de enchentes e pestes, reciclagem do lixo, sequestro de CO2, além de proporcionar conforto psicológico e inspiração. Não obstante as benesses concedidas, o homem destrói suas moradias (habitats), introduz espécies exóticas invasoras (competidoras exímias), polui seu ambiente, fragmenta a paisagem onde vivem e a explora excessivamente. Todas essas ações humanas provocam enormes perdas na biodiversidade, fato este sem igual na história da humanidade nos últimos 50 anos e com um agravante, sem o devido conhecimento da ciência.

Espécies

Infelizmente, o conhecimento científico avança lentamente não permitindo, ao menos, sabermos quantas espécies habitam o planeta. Todavia, estimativas existem e uma conservadora aponta para 12 milhões de espécies, das quais somente cerca de 1,6 milhão já foram coletadas e descritas pêlos cientistas. O Semiárido brasileiro contribui para esse total com cerca de 2.000 espécies dentre plantas e animais (sem os invertebrados).

O Brasil considerado o número um no ranking mundial da riqueza de espécies, contribui com aproximadamente 200.000 espécies. Esses números pujantes impõem a nos brasileiros uma grande responsabilidade para com a biodiversidade, e um alerta já foi dado. O Ibama ao tornar públicas às listas oficiais de espécies da flora (1992) e fauna (2003) brasileira ameaçadas de extinção, revelou que 107 e 395 espécies estavam ameaçadas, respectivamente.

Então, como fazer para satisfazer nossas necessidades atuais, que crescem ano após ano, e das gerações futuras sem provocar perdas na biodiversidade? Como produzir mais e, simultaneamente, proteger a biodiversidade? É um enorme desafio. É verdade, precisamos saber muito mais, mas j&aacu