A água da transposição do Rio São Francisco deve estar disponível para a população do Agreste pernambucano até junho de 2011, de acordo com o secretário estadual de Recursos Hídricos e presidente da Companhia Pernambucana de Abastecimento (Compesa), João Bosco de Almeida. Essa é a previsão para que a Adutora do Agreste, novo sistema que abastecerá 70 municípios da região, passe a transportar a água trazida do Velho Chico pelas obras da transposição.
A finalidade principal da Adutora do Agreste é melhorar o abastecimento para cerca de 1,9 milhão de pessoas. A água transportada virá do São Francisco, através do sistema que está sendo construído pelo governo federal, e atingirá a estação no município de Arcoverde através do chamado Ramal do Agreste, um canal de aproximadamente 60 quilômetros que trará a água do chamado Eixo Leste da transposição para ser distribuída pela adutora.
As obras do ramal do Agreste devem começar até junho de 2010. A licitação está prevista para os próximos meses. "Nossa previsão é de que as obras da adutora comecem até outubro de 2010. Queremos chegar junto com as obras do ramal", explicou João Bosco Almeida, durante uma reunião com a Imprensa em que detalhou projetos e aplicação de recursos da Compesa.
O custo da construção da adutora deve girar em torno de R$ 1,5 bilhão, o que a tornaria a maior obra no setor em Pernambuco. Somente para a realização do projeto a previsão é de que o orçamento fique entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões. A previsão é de que esse edital seja publicado pelo governo do estado nos dois primeiros meses do próximo ano. A Adutora seria construída pelo governo federal, mas um acordo com o Ministério da Integração Nacional está possibilitando a transferência do projeto para Pernambuco.
Quando estiver funcionando em plena atividade, o que está previsto para cinco anos depois do início do projeto, a adutora deve dar sustentabilidade hídrica ao Agreste, cujo abastecimento é prejudicado por não contar com grandes mananciais. O sistema abrange desde Arcoverde, consideradoinício do Sertão, até Gravatá, a apenas 85 quilômetros do Recife. Sua extensão deve alcançar, de acordo com a previsão da Compesa, aproximadamente 1.100 quilômetros.
Segundo João Bosco Almeida, o governo do estado deve concluir 2010 com R$ 1,94 bilhão investido em abastecimento de água e saneamento desde 2007, sendo que R$ 1,28 corresponde a recursos já assegurados. Destes, R$ 1,06 bilhão representam ações já em andamento, segundo o presidente da Compesa.
Entre essas ações, a principal é a construção do Sistema Adutor de Pirapama, no qual serão investidos R$ 479 milhões, no total. Quando concluída, a obra deve aumentar em 50% a oferta de abastecimento de água na Região Metropolitana do Recife, possibilitando o fim do racionamento nesses municípios. Pirapama deve atender cerca de 3,5 milhões de pessoas.