A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta sexta-feira (5) representantes de onze movimentos ligados ao campo e ouviu cobrança por mais agilidade e menos burocracia na execução dos programas de governo, segundo informou Alexandre Conceição, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Alexandre Conceição – escolhido para falar em nome dos demais movimentos –, disse que é “preciso e urgente que o governo se desburocratize”. “Só diálogo não basta, tem que ter execução das políticas. Cobramos mais agilidade e menos burocracia”, afirmou após reunião, no Palácio do Planalto.

Além do MST, participaram também os seguintes movimentos: Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF), Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Pastoral da Juventude Rural (PJR) e o Movimento Camponês Popular.

Os movimentos cobraram da presidente uma “ampla e massiva” reforma agrária, de acordo com Conceição. Ele criticou o modelo do agronegócio brasileiro, que produz majoritariamente com vistas à exportação.

“A reforma é preciso para que a gente possa produzir alimentos que não são do modelo do agronegócio. Temos um processo de inflação dos alimentos e precisamos da agricultura familiar para produzir”, disse.

As entidades apoiam a realização de um plebiscito sobre a reforma política, de acordo com o dirigente, e irão às ruas no próximo dia 11 para uma paralisação nacional.

“Será uma paralisação nacional em defesa do plebiscito popular e de questões não só de cunho eleitoral. Queremos o cumprimento dos cinco pactos”, disse Alexandre Guimarães em referência aos cinco pactos propostos por Dilma em reposta às manifestações populares que se alastraram pelo país no mês passado. Os temas são: responsabilidade fiscal, saúde, educação, mobilidade urbana e reforma política.

A reunião com as entidades do campo fazem parte da rodada de encontros que a presidente terá nos próximos dias com representantes da sociedade civil. Na próxima semana, ela deverá se reunir com pessoas ligadas a diferentes temas, entre eles: cultura digital, blogs populares, grupos evangélicos, organização de mulheres e grupos para a igualdade racial.