Um grupo de agricultores e pesquisadores cubanos integram a missão “Programa Asociación País” em visita técnico-científica ao Semiárido brasileiro no período de 24 de novembro a 03 de dezembro. A visita acontece em reciprocidade a outra realizada a Cuba por uma delegação da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), na ocasião os anfitriões receberam convite para conhecerem experiências agroecológicas na região semiárida do Brasil.
Durante a visita serão discutidas experiências entre os pesquisadores e os agricultores dos dois países sobre diversos temas referentes à agricultura familiar, gestão de recursos hídricos, pecuária, manejo de solos, produção de alimentos e segurança alimentar em áreas semiáridas.
O grupo de cubanos visitará três Estados brasileiros – Ceará, Paraíba e Pernambuco – e acompanhará o trabalho das organizações governamentais e não governamentais, com foco em pesquisas e execução de trabalhos sociais no Semiárido.
Entre as experiências conhecidas constam as do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI). A programação da Missão teve início nesta segunda-feira, dia 26, na sede do Instituto, em Campina Grande (PB), com apresentações sobre as ações do INSA no combate ao processo de desertificação, bem como as experiências de convivência com a região semiárida. A Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) também expôs seus projetos para a região.
Os agricultores e pesquisadores cubanos, por sua vez, expuseram a contextualização sobre as condições climáticas e a biodiversidade cubana, com ênfase no Plano Nacional de Lutas contra a Desertificação e Secas de Cuba. As regiões cubanas de Pinar del Río e Maisí-Guatánamo apresentam características semelhantes àquelas encontradas no Semiárido, com a ocorrência de baixa precipitação e chuvas irregulares. Os locais são conhecidos como o “Semiárido Cubano”.
Gilberto Díaz Lazo, um dos integrantes da Missão, agricultor da região Pinar del Río, trabalha com a educação ambiental e agroecológica para crianças e jovens, com idade entre 5 a 16 anos, socializando práticas agrícolas sustentáveis para que as cooperativas de agricultores formem jovens interessados pelo trabalho no campo. Segundo ele, “a ideia é que depois da formação básica, estes jovens possam ir para as universidades e retornem para aplicar o conhecimento adquirido na agricultura e pecuária da região na qual nasceram”.
A intenção é que os três agricultores e os três pesquisadores cubanos integrantes da Missão possam trabalhar em seu país como multiplicadores das experiências bem sucedidas no Brasil na convivência com a região semiárida, seja nas cooperativas de agricultores ou nos centros acadêmicos de Cuba.
Estão previstos acordos entre os projetos do “Programa Asociación País” (CPP), ASA e INSA para incentivar soluções agroecológicas para o desenvolvimento da agricultura familiar e segurança alimentar nas regiões semiáridas tanto em Cuba, quanto no Brasil.
Fonte: Blog do INSA