Reconhecemos que ações emergenciais executadas a nível federal, como o Programa Garantia Safra, têm sido valiosas. Em 2012, as 5 parcelas oferecidas ao agricultor foram insuficientes. O governo federal garantiu então mais 2 parcelas. Porém, defendemos que é preciso elaborar políticas de trabalho e renda para famílias do campo, tendo em vista que essa mão-de-obra fica ociosa no período da entressafra.
Outra importante iniciativa do governo federal foi o Programa Bolsa Estiagem. Mas acreditamos que o valor de quatrocentos reais, distribuído em 5 parcelas, é pequeno em comparação ao preço da saca de 60 quilos de milho, que custa cinquenta reais.
Existem vários outros programas, mas nem todos funcionam em sua totalidade. Os Programas 1 Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2) são importantes para garantia da segurança hídrica. No entanto, as cisternas estão vazias. O Programa Carros-Pipa é insuficiente para a demanda. As políticas de implantação, revitalização de poços e adutoras dessalinizadores são executadas em uma década e não em 6 meses de estiagem. É preciso implantar políticas para disponibilizar água dos açudes públicos para a produção de suporte forrageiro e para abastecimento da população. Hoje, as águas do canal da integração são utilizadas para fins industriais, enquanto nas margens, pessoas sofrem com a Seca.
Portanto, é essencial efetivar medidas emergenciais com a maior rapidez para minimizar os efeitos da Seca no Ceará. A convivência com o semiarido não significa apenas o combate à seca ou só a construção de infraestrutura hídrica para abastecimento humano e animal, requer também ações de promoção do desenvolvimento rural sustentável e solidário no semiárido brasileiro e cearense.